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    Na corretora on-line, cliente fecha compra pelo telefone

    FILIPE OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    10/08/2015 02h00

    Shutterstock

    As corretoras pela internet chegaram ao mercado há cinco anos prometendo levar seus clientes a escolher e comprar seguros sozinhos, principalmente os de carros.

    As vendas, no entanto, têm se mostrado mais desafiadoras do que o esperado : menos da metade dos negócios é fechada sem a intervenção de um atendente da corretora para ajudar a escolher a melhor opção ou esclarecer dúvidas, afirmam executivos dessas empresas.

    Fatores como a complexidade dos produtos vendidos e o excesso de termos específicos do setor (prêmio, franquia ou bônus, por exemplo) são motivos que levaram as empresas a terem de investir em centrais telefônicas com até duas centenas de profissionais. Pesa ainda a cultura dos brasileiros de negociar os preços desses produtos.

    Como no caso dos corretores tradicionais, os serviços on-line têm parcerias com empresas seguradoras das quais vendem os produtos. A principal diferença é que elas oferecem aos usuários um sistema de cotação on-line que compara preços de diferentes seguradoras.

    Após preencher um cadastro com dados pessoais e informações sobre seus hábitos, o cliente é direcionado a uma página com vários orçamentos de uma vez.

    A partir daí, ele pode modificar os planos visualizados (incluir serviços adicionais, por exemplo) e finalizar sua compra pela internet.

    Mas, na prática, não é assim que acontece em boa parte das vezes.

    Na Minuto Seguros, 80% das vendas só são fechadas após um contato ativo da corretora com o cliente potencial, diz Marcelo Blay, sócio da empresa. A companhia conta com 300 funcionários, 200 deles no atendimento.

    "A venda efetiva é pelo telefone. A gente nunca quis se chamar de corretora on-line, mas sim de multicanal", diz.

    Ele conta que, para chegar às cotações, são necessárias cerca de 70 respostas dos clientes. Quando um deles deixa o questionário incompleto, a empresa liga para para tentar recuperar a venda.

    Em 2014, a companhia negociou 40 mil apólices, movimentando R$ 55 milhões. É o mesmo número de cotações mensais feitas na plataforma.

    seguros

    NOVA CLIENTELA

    Outro motivo que leva à complexidade das vendas de seguro on-line é o perfil dos clientes atendidos.

    Segundo as empresas, entre 70% e 80% deles são da classe C e estão adquirindo seu primeiro seguro, muitas vezes para proteger seu primeiro carro.

    "Eles não se relacionam com corretores e, por isso, vão à internet buscar referências sobre o assunto e acabam chegando até nós", afirma Rafael Monsores, diretor de operações da Sossego, corretora aberta em 2010.

    O preço dos seguros comprados pela internet não é necessariamente igual entre as corretoras on-line. Também nem sempre coincide com o oferecido por corretores tradicionais.

    O valor cobrado pela proteção depende de fatores como margem de lucro que a corretora pratica e acordos fechados entre seguradora e corretora.

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