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    ANÁLISE

    Warren Buffett fecha a sua maior aquisição

    STEPHEN FOLEY
    JAMES FONTANELLA-KHAN
    DO "FINANCIAL TIMES"

    11/08/2015 02h00

    Cliff Owen/Associated Press
    O bilionário americano Warren Buffett discursa em Washington, nos EUA
    O bilionário americano Warren Buffett discursa em Washington, nos EUA

    Na maioria das outras empresas, acionistas agitados exigiriam que ao menos parte de uma pilha de US$ 67 bilhões fosse distribuída entre eles. Mas, na Berkshire Hathaway, parece que Warren Buffett é um firewall humano contra o calor de investidores ativistas.

    Com um recorde de negócio bem-sucedido que abrange cinco décadas, este investidor de alto nível foi capaz de argumentar que o dinheiro derramado de dentro de empresas operacionais do grupo é mais bem gasto por ele.

    Sua aquisição, por US$ 32,5 bilhões, da fabricante de componentes de aviões e equipamentos para usinas de energia e exploração de óleo e gás Precision Castparts Corp —US$ 37,2 bilhões incluindo a dívida– pode ser o maior negócio na história da Berkshire, mas é mais uma no estilo Buffett.

    É um negócio que não impressiona, administrado por uma gestão que também não impressiona, com uma posição dominante em setores industriais que não vão desaparecer tão cedo —embora apresente oscilações de curto prazo entre os consumidores de energia.

    Jim Shanahan, analista da Edward Jones, crê que Buffett, mais uma vez encontrou um negócio grande o suficiente para ter um impacto significativo sobre os lucros da Berkshire, mesmo que sua empresa já seja o maior conglomerado dos EUA, com valor de mercado de US$ 350 bilhões.

    "Certamente, essa aquisição é significativa, mesmo para a Berkshire, e poderia levar Buffett para fora do mercado de grandes aquisições por um bom tempo."

    As maiores empresas operacionais da Berkshire já abrangem ferrovias, empresas de energia e de seguros, bem como de manufatura.

    A Precision Castparts, portanto, vai se tornar uma sexta empresa ao lado do que Buffett chama de seu "top cinco" das subsidiárias que não são de seguros: Lubrizol, de lubrificantes industriais; IMC, metalúrgica; o miniconglomerado Marmon; o grupo utilitário Berkshire Hathaway Energy e a BNSF railway, de transporte ferroviário —até então, sua maior aquisição.

    Nos últimos anos, Buffett também destacou várias respostas diferentes para a questão do que a Berkshire deveria estar fazendo com todo o seu dinheiro. Ele abençoou grandes aquisições dentro algumas subsidiárias centrais da Berkshire —por exemplo, a Berkshire Hathaway Energy, que comprou empresas de energia em todos os EUA. Subsidiárias da Berkshire fez 31 negócios como esses no ano passado, pagando um total de US$ 7,8 bilhões.

    A Berkshire também fez uma parceria com a 3G Capital, a empresa brasileira de capital privado, para comprar empresas que são baratas porque eles precisam de uma reestruturação radical.

    Enquanto a abordagem intervencionista é um anátema para a Berkshire Hathaway, que permite que suas controladas diretas sejam mais autônomas, em grande parte, os gestores da 3G se foram no corte de custos na Heinz depois de adquirir o grupo de alimentos em conjunto com Berkshire. Eles planejam fazer o mesmo agora que Heinz se fundiu com Kraft.

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