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    Wickbold compra Seven Boys e fica em 2º lugar no mercado de pães do país

    ANDRÉ CABETTE FÁBIO
    DE SÃO PAULO

    11/08/2015 11h57

    Reprodução
    Bisnaguinha da Seven Boys, à esquerda, e pacote da Wickbold, à direita
    Bisnaguinha da Seven Boys, à esquerda, e pacote da Wickbold, à direita

    A fabricante de pães Wickbold —focada no segmento de "especiais", com adição de grãos ou iogurte, por exemplo— fechou na segunda-feira (10) acordo para a compra da Seven Boys, que tem a bisnaguinha como seu carro-chefe.

    O movimento formaliza um contrato firmado em 2014. A empresa não divulgou os valores envolvidos.

    De acordo com o presidente da Wickbold, Fabio Medeiros, as duas marcas permanecerão separadas. "A bisnaguinha [da Seven Boys] com a qual o consumidor se acostumou vai continuar", diz.

    Com a compra, a Wickbold aumenta de 14% para 21% o seu peso no setor, e se firma como segunda colocada.

    Ela passa a disputar a liderança com a mexicana Bimbo, detentora de 26% do mercado brasileiro, líder mundial e dona de marcas como Pullman, Nutrella e Plus Vita. E fica à frente da Panco, que tem cerca de 15% do setor.

    Vendas de pães industrializados no Brasil

    As companhias disputam um mercado que cresceu de US$ 1,444 bilhão em 2010 para US$ 2,384 bilhões em 2014, o que coloca o país em 7° lugar no mundo, segundo dados da consultoria Euromonitor.

    Para Medeiros, a compra não gera concentração excessiva de mercado. Claudio Zanão, presidente da Abimapi (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães e Bolos Industrializados), concorda.

    "São duas empresas nacionais que vão se fortalecer, contra a número 1 no Brasil e no mundo." A sua expectativa é que a Wickbold turbinada dispute espaço com lançamentos de produtos novos.

    Segundo a consultoria Kantar WorldPanel, 76% dos brasileiros compraram ao menos um pacote de pão industrializado em 2014, enquanto a proporção dos que compraram massas alimentícias e biscoitos foi de 99,6%.

    A taxa não significa, no entanto, que o pão industrializado seja o principal tipo consumido no país. "O mercado brasileiro ainda está em formação, 90% dos pães consumidos ainda são de padaria", diz Zanão.

    O consumo per capita dos industrializados tem, no entanto, aumentado. Ele foi de 2,09 kg por ano em 2010 para 2,29 kg ao ano em 2014, segundo dados da Abimapi e da consultoria Nielsen. Nos Estados Unidos, por exemplo, o consumo foi de 10,58 kg.

    Consumo de pãEs industrializados

    Segundo Medeiros, ambas as marcas devem aumentar a sua penetração no país conforme passam a ser produzidas nas fábricas umas das outras.

    Como o pão é um produto perecível, indústrias próximas a novos mercados são necessárias para atingi-los.

    Com as duas novas fábricas da Seven Boys, localizadas em Belo Horizonte e Porto Alegre, a Wickbold espera intensificar sua atuação no Centro-Oeste e no Rio Grande do Sul.

    Consumo de pães industrializados NO mundo Em 2014

    A Seven Boys tem 1.300 trabalhadores, e foi fundada há 50 anos por imigrantes japoneses.

    Fundada em 1938, e com 3.000 trabalhadores, a Wickbold já tinha quatro fábricas, em São Paulo, Diadema (SP), Hortolândia (SP) e Jacarepaguá (RJ).

    Após 77 anos na chefia, a família Wickbold se retirou em 2015 do comando direto da empresa para atuar no conselho gestor. A empresa não informa dados de faturamento.

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    RAIO-X/Wickbold

    Faturamento estimado
    R$ 650 milhões (a empresa não informa dados financeiros)
    Número de funcionários
    3.000
    Fatia de mercado
    21%, após a compra
    Principais concorrentes
    Bimbo, dona de marcas como Pullman, Nutrella e Plus Vita (26% do mercado), e Panco (15%)

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