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    Funcionários de fábrica da GM decidem manter greve, diz sindicato

    MARINA ESTARQUE
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    11/08/2015 17h57

    Lucas Lacaz Ruiz/A13/Folhapress
    Funcionários em assembleia unificada votaram greve em São José dos Campos
    Funcionários em assembleia unificada votaram greve em São José dos Campos

    Os funcionários da fábrica da montadora General Motors em São José dos Campos decidiram, em assembleia nesta terça-feira (11), manter a greve iniciada no dia anterior, por tempo indeterminado, segundo o Sindmetalsjc (Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região).

    O presidente da entidade, Antônio Ferreira de Bastos, afirma que os funcionários continuam sendo dispensados através de telegramas, que começaram no sábado. A estimativa do sindicato é que mais de 300 trabalhadores tenham sido demitidos. A GM não informa o número total.

    Consultada, a empresa disse que todos os telegramas foram emitidos no sábado de manhã. "Mas nem todos foram entregues pelos Correios no sábado. E a entrega prosseguiu durante a semana", explicou por e-mail.

    De acordo com o sindicato, cerca de 5.200 funcionários participam da paralisação, que tem como objetivo a reversão de demissões e a abertura de negociações entre sindicato e montadora.

    O presidente do sindicato afirma que, desde de segunda-feira, cerca de 500 carros deixaram de ser fabricados, bem como motores e peças de transmissão. Mesmo com a crise econômica e o excesso de estoque nas montadoras, Bastos defende que a greve é a "melhor arma dos trabalhadores".

    "Estamos trabalhando com duas frentes, uma é a exigência política com o governo federal e estadual. A outra é a greve. Além de não sair nenhum carro da linha de produção, também não sai nenhum carro do pátio para as concessionárias, porque o estoque fica na planta", afirma ele.

    O sindicato propõe uma redução da jornada de trabalho para 36 horas, sem impacto no salário; uma licença remunerada, ou um novo lay-off, com compromisso de estabilidade. "A empresa tomou medidas unilaterais", disse Bastos.

    Representantes do Sidmetalsjc se reuniram nesta terça em São José dos Campos com o secretário de Estado do Emprego, José Luiz Ribeiro. Eles pediram uma intervenção do governo do Estado e uma audiência com o governador Geraldo Alckmin (PSDB).

    O presidente do Sidmetalsjc disse ainda que o governo federal e estadual beneficiam a indústria automobilística com programas de incentivos e, por isso, deveriam cobrar a anulação das demissões.

    Em nota, a Secretaria afirmou que está disponível para ajudar os funcionários.

    "O secretário colocou a Secretaria do Emprego e Relações de Trabalho (SERT) à disposição dos cidadãos para ajudá-los com qualificação e com as vagas de emprego disponibilizadas pelos PATs [Postos de Atendimento ao Trabalhador]. Nesta semana, são mais de 400 nos postos do Vale do Paraíba."

    CORTES

    Os cortes em São José dos Campos acontecem um mês depois de a montadora ter demitido cerca de 500 trabalhadores na fábrica de São Caetano do Sul, disse o sindicato.

    A entidade também informou que na segunda-feira retornaram ao trabalho 750 trabalhadores que estavam em lay-off, resultado de uma mobilização ocorrida em fevereiro, quando a GM havia indicado a intenção de realizar 798 demissões.

    A GM de São José dos Campos produz os modelos S10 e Trailblazer, além de motores, transmissão e kits para exportação, informou o sindicato.

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