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    Governo celebra fôlego para ajeitar contas após anúncio da Moody's

    VALDO CRUZ
    NATUZA NERY
    FABIO MONTEIRO
    DE BRASÍLIA

    12/08/2015 02h00

    Uma notícia ruim, mas que acabou sendo comemorada pelo governo Dilma Rousseff.

    Essa foi a reação do Palácio do Planalto à decisão da agência de classificação de risco Moody's que, apesar de rebaixar a nota de crédito brasileira, manteve o Brasil como grau de investimento e mudou a perspectiva para a próxima revisão de negativa para neutra.

    Um assessor presidencial lembra que, há até pouco tempo, havia o temor de a agência cortar em dois degraus a avaliação brasileira, o que tiraria do país o selo de bom pagador. Ou, então, manter a perspectiva da nota do Brasil em negativa.

    Em outras palavras, o governo classifica que o "downgrade" da Moddy's acabou ficando com um certo cheiro de "upgrade", já que o pior cenário não se materializou.

    Na avaliação do Palácio do Planalto, isso foi resultado do trabalho desenvolvido pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda) em reuniões com a equipe da Moody's.

    Previsão do PIB

    A agência acabou fazendo um relatório não tão negativo para o país, apesar da piora nas contas públicas, que indicam que a estabilidade da dívida pública vai demorar mais do que o previsto para ser alcançada.

    Economistas de mercado avaliam que a trajetória da dívida pública é a maior ameaça para o grau de investimento brasileiro. A equipe presidencial avalia que ganhou de seis a nove meses para melhorar o desempenho da economia brasileira e afastar o risco de perda do grau de investimento.

    Esse risco aumentou depois que o governo fez uma redução drástica na meta fiscal de 1,1% para 0,15% do PIB (Produto Interno Bruto).

    Antes desse período, a agência de classificação não deve fazer nenhuma alteração da nota brasileira, a não ser que os cenários econômico ou político tenham uma piora aguda no curto prazo.

    Um assessor palaciano destacou que o país ainda pode perder o selo de bom pagador, mas que isso "não é inevitável" e pode ser superado se avançar a agenda estruturante proposta pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

    A REGRA É CLARA

    Logo depois do anúncio da decisão, Joaquim Levy ressaltou que a Moody's indicou de forma clara o que o país precisa fazer para evitar a perda do grau de investimento.

    "Eu acho que a declaração da Moody's explica exatamente os pontos que ela achou relevante, é uma declaração bastante detalhada, transparente, e que dá indicação das prioridades que a gente tem que ter em relação a manter a qualidade da nossa dívida pública", disse o ministro da Fazenda.

    Classificação de risco

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