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    Joaquim Levy realiza encontro com banqueiros e os aproxima do governo

    DAVID FRIEDLANDER
    DE SÃO PAULO
    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    13/08/2015 02h00

    Pedro Ladeira/Folhapress
    O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ao lado do presidente da OAB Marcus Vinicius Coelho e do novo presidente do CARF Carlos Barreto. Com um novo regimento e com parte de seu quadro renovado, o Carf retoma seus trabalhos nesta terça-feira após ter tido suas atividades suspensas há quatro meses com a deflagração da Operação Zelotes, que investiga esquema de venda de sentenças. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    O ministro da Fazenda, Joaquim Levy

    Um convite por telefone e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, conseguiu colocar de um dia para o outro os principais banqueiros do país em sua sala, para discutir a crise econômica e o pacote de reformas apresentado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

    O encontro, realizado na terça (11) em Brasília, faz parte de uma tentativa da presidente Dilma de aparar as arestas com o setor financeiro, com quem ela esteve às turras no primeiro mandato e na campanha eleitoral.

    A presidente avalia que, para sair do isolamento e enfrentar a crise, seu governo precisa se entender com os bancos. Levy fez os convites na segunda (10), um dia depois da reunião dos ministros com a presidente sobre instabilidade política e recessão.

    Participaram dez executivos do setor financeiro, entre eles os presidentes do Itaú, Roberto Setúbal; do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco; do Banco do Brasil, Alexandre Abreu; do JP Morgan, José Berenguer; e do BTG Pactual, André Esteves.

    Na visão dos banqueiros presentes ao encontro, o ministro se empenhou em convencê-los de que há unidade do governo em torno do ajuste fiscal, embora as medidas provoquem arrocho, prejudiquem a popularidade da presidente e enfrentem resistência no PT.

    Levy repetiu algumas vezes que a Fazenda está alinhada com os Ministérios do Planejamento e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A atitude foi vista como um esforço para afastar rumores de racha na equipe econômica.

    O ministro pediu informações sobre a situação de vários setores empresariais monitorados de perto pelos bancos. Ouviu que os produtores de açúcar e álcool continuam mal, assim como a indústria óleo e gás. O setor de energia elétrica parece ter parado de piorar e este ano ainda deve ser bom para o agronegócio.

    CÂMBIO E INFLAÇÃO

    Houve um consenso de que o câmbio está se ajustando e de que em algum momento a inflação vai ceder. O maior risco é o fracasso do ajuste fiscal, que pretende reduzir os gastos do setor público.

    O ministro avaliou com os banqueiros a chamada "Agenda Brasil", conjunto de ações e medidas econômicas e sociais apresentadas pelo presidente do Senado.

    Os pontos mais relevantes, para Levy e para os banqueiros, são de difícil implementação, como a reforma do ICMS, aumento da tributação sobre setores que foram desonerados pelo governo, adoção de idade mínima para aposentadoria e cobrança do SUS para faixas de renda.

    São medidas que contrariam vários interesses e têm custo social elevado. Levy disse que o governo vai insistir. Os banqueiros gostaram.

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