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    Trabalhadores da Volks em Taubaté entram em greve após 50 demissões

    ANDRÉ CABETTE FÁBIO
    DE SÃO PAULO

    18/08/2015 11h13

    Trabalhadores da unidade da Volkswagen em Taubaté (SP) entraram em greve na segunda-feira (17) à tarde, após cerca de 50 funcionários receberem cartas de demissão pela manhã, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté.

    Questionada, a empresa não confirmou ou negou as demissões, mas afirmou em nota que a unidade tem os custos "mais altos da Volkswagen no Brasil", e que aplicou neste ano férias coletivas e suspensão temporária dos contratos de trabalho.

    "No entanto, todos os esforços não foram suficientes para adequar a produção à demanda do mercado." Segundo a direção, a empresa vinha negociando com o sindicato desde abril programas de "adequação de efetivo".

    De acordo com os representantes dos trabalhadores, a unidade emprega 5.000 funcionários, e produz, principalmente, o modelo Up! (850 carros por dia), além de Gol e Voyage (120 por dia no total).

    Ainda segundo o sindicato, a direção da empresa divulgou na terça (11), através de um quadro de aviso, que tomaria medidas para "manter a unidade de Taubaté competitiva", afirmando haver 500 funcionários excedentes na fábrica, o que a Volkswagen não confirma ou nega.

    Os funcionários decidiram em assembleia no dia seguinte ao aviso que parariam caso houvesse alguma demissão. Por isso, uma nova reunião não foi necessária para declarar greve após as demissões de segunda.

    Foram realizadas nesta terça assembleia entre os funcionários para fornecer esclarecimentos sobre a movimentação, mas sem poder deliberativo. Está marcada para as 16h de quarta uma reunião entre Ministério do Trabalho, sindicato e diretoria da Volks.

    CRISE GENERALIZADA

    Não é a só a Volkswagen que tem sofrido com a desaceleração do mercado automotivo.

    Cerca de 5.200 funcionários da fábrica da montadora General Motors em São José dos Campos iniciaram na segunda-feira (10) greve por tempo indeterminado após demissão anunciada no fim de semana.

    Em São Bernardo do Campo, cerca de 20 mil trabalhadores ficam em casa nesta semana, com a parada na produção de três montadoras de São Bernardo de Campo. O número representa mais da metade dos 30,7 mil que trabalham nas cinco montadoras da cidade.

    Ford e Volkswagen decidiram emendar o feriado de aniversário de São Bernardo, comemorado na quinta (20), com os demais dias da semana, e vão interromper a fabricação de veículos e caminhões. Na linha de caminhões da Ford, a parada se estende até o dia 25.

    Na Mercedes-Benz, 7.000 funcionários das áreas produtivas estão em licença remunerada até 21 de agosto.

    Com a medida, as empresas querem ajustar o ritmo de produção à queda nas vendas. O emplacamento de veículos caiu 19% na comparação de janeiro a julho com o mesmo período de 2014. Já a produção do setor automotivo acumula queda de 18,1% na mesma comparação, o pior resultado desde 2006.

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