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    Envolvida na Lava Jato, Galvão está perto de acordo com credores

    RENATA AGOSTINI
    DE SÃO PAULO

    19/08/2015 22h19

    Eduardo Anizelli/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL, 09-04-2015, 17h01: Entrevista com Flavio Galdino, um dos maiores especialistas em recuperacao judicial e advogado da Galvao Engenharia. Flavio fala sobre a crise das construtoras envolvidas na Lava Jato. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress, MERCADO) ***EXCLUSIVO*** ORG XMIT: _NIZ2027.CR2
    Flavio Galdino, responsável pela recuperação judicial da Galvão, durante entrevista

    A empreiteira Galvão, que pediu recuperação judicial em março, está muito próxima de fechar um acordo de pagamento de sua dívida com credores.

    O plano apresentado pela empresa será votado em assembleia na próxima sexta-feira (28). A expectativa é que ele seja aprovado.

    A Galvão é uma das seis empreiteiras envolvidas na Lava Jato que tiveram de buscar proteção da Justiça para escapar da falência.

    Os credores da empreiteira reuniram-se nesta quarta-feira (19) no Rio de Janeiro na primeira convocação para a deliberação da proposta de reestruturação da companhia.

    Os bancos pediram mais tempo para conseguir aprovações internas, mas até o momento mostraram-se de acordo com os termos apresentados.

    A Galvão propõe que toda a dívida de R$ 1,8 bilhão da construtora e da holding, que estão em recuperação judicial, seja paga sem descontos.

    A adesão dos bancos é crucial para o sucesso do plano. Juntos, eles têm cerca de R$ 1,5 bilhão a receber da empreiteira. Entre os credores, estão Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Votorantim e Santander.

    "Estamos muito otimistas quanto à aprovação do plano. Os credores apoiaram o pedido de suspensão da assembleia e conseguimos conduzi-la com muita tranquilidade. Não houve liminar e os credores esclareceram suas dúvidas", afirmou Flavio Galdino, sócio do escritório Galdino, Coelho, Mendes, responsável pela recuperação judicial da Galvão.

    SEM DESCONTOS

    De acordo com o plano, os credores trocarão suas dívidas por debêntures emitidas pela NewCo, empresa criada para gerenciar o pagamento dos débitos. A construtora e a holding da Galvão ficarão, assim, sem dívidas.

    Os recursos para a quitação das dívidas virão da venda de ativos do grupo, como a participação que possuem na empresa de saneamento CAB Ambiental, uma pedreira em São Paulo e a concessão da Rodovia BR-153, que liga Anápolis (GO) a Aliança do Tocantins (TO).

    Também serão destinados à quitação das dívidas os créditos a empreiteira tem a receber da Petrobras. Atualmente, a Galvão discute com a estatal na Justiça o montante exato que tem a receber.

    A empresa espera levantar cerca de R$ 2,5 bilhões com a liquidação dos ativos e a recuperação dos créditos, o que seria suficiente para quitar todas as pendências.

    A venda das empresas será feita por meio de leilão judicial.

    Se aprovado na próxima semana, o processo de recuperação judicial da companhia será um dos mais rápidos já feitos no país.

    Há a expectativa que, com a liquidação dos ativos, os credores possam receber seus valores até o final do ano.

    Oficialmente, contudo, a empresa ficará no processo de recuperação judicial por dois anos, como determina a lei.

    A Galvão Engenharia possui 10% do consórcio construtor da usina de Belo Monte e toca obras como a ampliação da linha 5 do metrô de São Paulo.

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