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    Dólar cai para R$ 3,46 com dados fracos nos EUA; Bolsa fecha estável

    DE SÃO PAULO

    20/08/2015 17h39

    O dólar voltou a fechar em baixa em relação ao real e encerrou a quinta-feira (20) cotado a R$ 3,46. A moeda americana intensificou a queda após a divulgação de indicador de atividade econômica nos Estados Unidos que veio mais fraco que o esperado.

    A aprovação, no Senado, do projeto de reoneração da folha de salários, última medida do ajuste fiscal do governo que dependia do aval do Congresso, também trouxe alívio ao mercado cambial e à Bolsa nesta sessão.

    O dólar à vista, referência no mercado financeiro, encerrou o dia com queda de 1,17%, para R$ 3,462. O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, registrou queda de 0,74%, para R$ 3,461.

    Já o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, terminou praticamente estável, com leve avanço de 0,13%, para 46.649 pontos. A alta das ações da Vale impediu nova queda do índice.

    Nos Estados Unidos, o indicador antecedente de atividade econômica caiu em julho, após quatro meses seguidos de alta. O índice foi afetado por uma queda nas permissões para construções de imóveis. O Conference Board informou nesta quinta-feira que o indicador recuou 0,2%, após um aumento de 0,6% em junho —dado ainda não revisado.

    "O indicador procura antecipar o comportamento da economia americana nos próximos meses. A queda sugere que a recuperação do país pode perder força nos próximos seis meses", afirma Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil. "Isso aumenta a percepção de que o Fed (banco central americano) deve aumentar os juros no país apenas em dezembro", complementa.

    Essa opção voltou a ganhar força após a divulgação da ata do Fed, na quarta-feira, na qual a autoridade monetária americana esboçou preocupação com o mercado de trabalho do país.

    Hoje, o Departamento do Trabalho americano informou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA subiram em 4.000, para 277 mil, segundo números ajustados sazonalmente, na semana encerrada em 15 de agosto. O número de pedidos para a semana anterior foi revisado e mostrou 1.000 solicitações a menos.

    "O Fed dá uma importância grande à recuperação do emprego. Os dados divulgados foram ruins, e com essa alta inesperada do auxílio-desemprego o banco central americano fica numa situação complicada", avalia Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora. "O pessoal volta a comentar que o aumento de juros poderia começar só em 2016."

    O aumento dos juros nos EUA deixaria os títulos do Tesouro americano -cuja remuneração acompanha essa taxa e que são considerados de baixíssimo risco- mais atraentes do que aplicações em emergentes, como o Brasil, provocando uma saída de recursos dessas economias. Com a menor oferta de dólares, a cotação do dólar seria pressionada para cima.

    POLÍTICA

    A aprovação do projeto de reoneração da folha de pagamento também ajudou a conter nova queda da Bolsa e a aliviar a pressão sobre o dólar. O texto segue agora para sanção da presidente Dilma Rousseff.

    Os senadores mantiveram a proposta aprovada na Câmara —que elevou em mais de 100% a taxação sobre o faturamento para a maioria dos 56 setores enquadrados no programa de desoneração da folha—, mas abriu exceções para alguns segmentos, reduzindo o ganho do governo.

    Com a proposta aprovada, o governo deve obter uma economia de R$ 10 bilhões, segundo estimativas do PMDB na Câmara.

    Ainda no campo político, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, protocolou no STF (Supremo Tribunal Federal) denúncia contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pelos supostos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro apontados durante a Operação Lava Jato, que investiga crimes na Petrobras.

    "Existe uma preocupação com cenário político. Temos votações importantes para o ajuste final na Câmara, e o temor é que o Eduardo Cunha utilize isso para se defender e prejudique o ajuste fiscal do governo", avalia Angelo Larozi, analista-chefe da Walpires Corretora.

    AÇÕES

    As ações da Vale quebraram sequência de cinco quedas e fecharam o dia em alta. Os papéis preferenciais da mineradora encerraram o dia com valorização de 2,45%, para R$ 13,81. As ações ordinárias subiram 1,96%, para R$ 17,17.

    Destaque para as ações da Positivo, empresa de tecnologia, que dispararam após a companhia anunciar o relançamento, no Brasil, da marca japonesa Vaio, detida pela Sony até 2014. Os papéis da empresa subiram 10,50%, para R$ 2.

    As ações do Itaú Unibanco subiram 0,23%, para R$ 26,34, enquanto os papéis do Banco do Brasil avançaram 1,03%, para R$ 18,60. após a forte queda de 6,17% na sessão anterior.

    Os papéis da Petrobras cederam pelo sexto pregão seguido. As ações preferenciais —mais negociadas— caíram 0,68%, para R$ 8,73. Os papéis ordinários tiveram desvalorização de 0,82%, para R$ 9,69.

    Folhainvest

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