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    Confiança na equipe é crucial para gerir negócio, diz autora americana

    ADRIANA FONSECA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    23/08/2015 02h00

    Crítica dos modelos de gestão pasteurizados aplicados pelas consultorias nas organizações, a americana Karen Phelan diz que comandar uma empresa é simples e depende unicamente de confiar nos funcionários.

    "As empresas não são mais do que um grupo de pessoas jogando com uma mesma bola, rumo a um objetivo comum. Para que essas pessoas trabalhem de forma efetiva, elas precisam se relacionar bem, se comunicar bem e jogar com a mesma bola. Nada mais, na verdade. Não é tão difícil assim", diz Phelan.

    Cofundadora de uma empresa de consultoria, a Operating Principals, ela está lançando no Brasil o livro "Acho que quebrei sua empresa - O que fazer quando a consultoria é o problema" (Editora Saraiva, 224 páginas, R$ 34,90).

    Divulgação
    A autora americana Karen Phelan
    A autora americana Karen Phelan

    Por telefone, Phelan falou com a Folha sobre o que considera práticas da boa gestão.

    *

    Confiar dos funcionários
    O problema que eu vejo é que, para consultorias empresariais realmente ganharem dinheiro, elas precisam espalhar o medo. Elas espalham a mensagem de que você não pode confiar nos seus funcionários e que precisa de uma terceira parte para te dizer como funcionar de forma eficiente.

    Não ignorar o mundo ao redor
    O planejamento em si não é prejudicial. Mas quando as pessoas ficam esperando o plano acontecer, é perigoso. Pensar nos diferentes cenários pelos quais a empresa pode passar e as consequências de cada um ajudam a estabelecer a visão estratégica.

    Mas pense: nós não vivemos desse jeito porque não podemos planejar tudo na vida. Não controlamos todas as variáveis. Ignorar o mundo ao redor para olhar unicamente o plano de negócio na direção do planejamento pode impedir o sucesso.

    Olhar além dos números
    Imagine que eu vá a um médico e ele olhe o meu nível de colesterol, minha pressão, meu peso. Os números mostram que estou saudável, mas não me sinto assim. Então, vou a outro médico. Ele passa por todos os indicadores principais e identifica algo que pode apontar o resquício de uma inflamação.

    O primeiro médico olhou apenas os indicadores principais, e é isso o que diz para ele se eu estou saudável ou não. O outro médico olhou para todo o fluxo de coisas e, vendo tudo combinado, usou seu próprio julgamento. No primeiro caso, é quando deixamos as métricas fazerem o julgamento. No segundo, as métricas apenas ajudam a tomar decisões melhores.

    Não adianta olhar só para alguns números. A chave real para o sucesso é analisar as variações próprias do seu negócio e dos seus funcionários.

    Ouvir seus funcionários
    Um dos erros mais comuns que vejo nas empresas são gestores que não ouvem seus funcionários. As pessoas ficam sem saber o que de fato está acontecendo. No livro, cito o caso de uma empresa na qual, após uma negociação salarial problemática, a gerência não falava mais com os operários da fábrica e vice-versa. Trata-se de um lado contra o outro e ninguém ganha nessa situação.

    Trabalhar em equipe
    Todos os aspectos de um negócio estão baseados em relacionamentos, e a base dos relacionamentos é a boa comunicação. A chave está em conseguir que todas as partes da cadeia de produção confiem umas nas outras e que os diferentes departamentos trabalhem juntos. Isso não funciona em um ambiente onde as pessoas são corruptas ou só pensam nos seus próprios interesses.

    O gestor não deve ter medo de administrar e deve usar o seu bom senso.

    As empresas não são mais do que um grupo de pessoas jogando com uma mesma bola, rumo a um objetivo comum.

    Para que essas pessoas trabalhem de forma efetiva, elas precisam se relacionar bem, se comunicar bem e jogar com a mesma bola. Nada mais, na verdade. Não é tão difícil.

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