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Flora Martins, 20, que estuda arquitetura na Faap, em SP |
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Mercado
Saturday, 04-May-2024 04:40:38 -03Estudantes buscam trabalho e pressionam taxa de desemprego
VINICIUS PEREIRA
DE SÃO PAULO26/08/2015 02h00
Assim como milhares de jovens que se apoiam na renda familiar enquanto estudam, a universitária Flora Martins, 20, não via necessidade de conciliar um trabalho com os estudos na faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Faap, em São Paulo.
A crise, porém, aumentou a necessidade da estudante de ajudar o orçamento doméstico e fez com que ela abrisse mão da exclusividade acadêmica.
"Minha mãe quer que eu ajude nas despesas, mas também é uma escolha minha. Desde o começo do ano eu venho tentando arranjar um emprego, mas os escritórios não estão com muita demanda", afirma Martins.
A estudante enfrenta agora as dificuldades da busca por uma vaga no mercado, que conta com mais candidatos e uma menor oferta.
Assim como Flora, Joyce de Freitas, 24, também optara por abdicar do mercado de trabalho para se dedicar apenas ao estudo. A estudante da Universidade São Judas também viu seus planos se desfazerem após constatar que os gastos com transporte, alimentação e as contas da casa, que divide com o marido em Atibaia (SP), ganharam um peso maior que o esperado no orçamento.
DESEMPREGO CRESCE NO PAÍS - Taxa por idade, em %
"O meu plano era só estudar nos primeiros anos, até conseguir algo na minha área, mas, com o aumento das contas básicas, vi que seria impossível manter esse planejamento e agora estou em busca de algo para me ajudar", afirma a estudante.
A combinação entre uma menor oferta de vagas e maior força de trabalho pressionou a taxa de desemprego do país, sendo a população entre 18 e 24 anos a mais afetada com a aceleração do desemprego no Brasil.
A volta ao mercado de trabalho, porém, não é exclusiva dos estudantes.
A agente comunitária de saúde Ana Paula da Silva, 45, ficou dois anos fora do mercado, com a renda doméstica atrelada apenas ao marido. Agora ela tenta conseguir um emprego.
"As contas de água, luz e internet estão muito caras. Vi que precisava voltar a trabalhar fora para ajudar lá em casa", afirmou Ana Paula, enquanto aguardava para ser atendida em um dos postos do PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador).
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