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    Estudantes buscam trabalho e pressionam taxa de desemprego

    VINICIUS PEREIRA
    DE SÃO PAULO

    26/08/2015 02h00

    Ernesto Rodrigues/Folhapress
    São Paulo - SP - Brasil - 25/08/2014 : DESEMPREGO : fFlora Branco Martins, que antes só estudava e, agora, está procurando emprego para ajudar nas contas da casa.( Foto Ernesto Rodrigues/MERCADO). cod.0628.
    Flora Martins, 20, que estuda arquitetura na Faap, em SP

    Assim como milhares de jovens que se apoiam na renda familiar enquanto estudam, a universitária Flora Martins, 20, não via necessidade de conciliar um trabalho com os estudos na faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Faap, em São Paulo.

    A crise, porém, aumentou a necessidade da estudante de ajudar o orçamento doméstico e fez com que ela abrisse mão da exclusividade acadêmica.

    "Minha mãe quer que eu ajude nas despesas, mas também é uma escolha minha. Desde o começo do ano eu venho tentando arranjar um emprego, mas os escritórios não estão com muita demanda", afirma Martins.

    A estudante enfrenta agora as dificuldades da busca por uma vaga no mercado, que conta com mais candidatos e uma menor oferta.

    Assim como Flora, Joyce de Freitas, 24, também optara por abdicar do mercado de trabalho para se dedicar apenas ao estudo. A estudante da Universidade São Judas também viu seus planos se desfazerem após constatar que os gastos com transporte, alimentação e as contas da casa, que divide com o marido em Atibaia (SP), ganharam um peso maior que o esperado no orçamento.

    DESEMPREGO CRESCE NO PAÍS - Taxa por idade, em %

    "O meu plano era só estudar nos primeiros anos, até conseguir algo na minha área, mas, com o aumento das contas básicas, vi que seria impossível manter esse planejamento e agora estou em busca de algo para me ajudar", afirma a estudante.

    A combinação entre uma menor oferta de vagas e maior força de trabalho pressionou a taxa de desemprego do país, sendo a população entre 18 e 24 anos a mais afetada com a aceleração do desemprego no Brasil.

    A volta ao mercado de trabalho, porém, não é exclusiva dos estudantes.

    A agente comunitária de saúde Ana Paula da Silva, 45, ficou dois anos fora do mercado, com a renda doméstica atrelada apenas ao marido. Agora ela tenta conseguir um emprego.

    "As contas de água, luz e internet estão muito caras. Vi que precisava voltar a trabalhar fora para ajudar lá em casa", afirmou Ana Paula, enquanto aguardava para ser atendida em um dos postos do PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador).

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