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    o brasil que dá certo - energia

    Brasil antecipa metas para geração de energia renovável

    MACHADO DA COSTA
    DE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    27/08/2015 02h00

    Alvo de um acordo entre Brasil e Estados Unidos, a geração de energia por fontes renováveis explodiu no país nos últimos anos —devido, principalmente, aos investimentos na produção de etanol e em usinas eólicas.

    Atualmente, a participação dessas fontes na matriz energética brasileira é tão grande que a meta desse acordo, considerada ousada para os padrões americanos, deve ser atingida já nesta década.

    Energia
    Geração renovável representa 17% da matriz

    O anúncio conjunto feito por Dilma Rousseff e Barack Obama estabelece que, em 2035, a matriz energética de ambos os países deve ter uma participação entre 28% a 32% de fontes renováveis. Hoje, a matriz brasileira já tem um índice de 27,9%, segundo dados de 2014, compilados pelo Instituto Acende Brasil.

    A conta exclui as hidrelétricas, que, embora sejam renováveis, têm um impacto ambiental significativo.

    Caso elas tivessem sido consideradas no cálculo, as fontes renováveis já deteriam uma participação de 39,4%.

    Os recursos considerados no cálculo são madeira de reflorestamento, derivados de cana-de-açúcar (etanol e biomassa), eólica, solar e outras que ainda são insípidas no Brasil, como a geração de energia a partir de ondas oceânicas.

    Potencial natural - não renováveis

    "O movimento natural é de crescimento do uso dessas fontes. É só não deixar piorar que já atenderemos essa meta 15 anos antes do prazo", diz Cláudio Salles, presidente do Instituto Acende Brasil.

    Para Mathias Becker, presidente da Renova Energia, a política em torno do crescimento das fontes renováveis na matriz energética brasileira é consistente e dará condições para uma participação ainda maior.

    "Vemos que, mesmo com o país em crise, a cadeia industrial de geradores eólicos está crescente. Hoje, essa cadeia já emprega 50 mil pessoas e esperamos que até 2020 surjam mais 280 mil postos", afirma.

    Potencial natural - renováveis

    RISCO

    Um desafio adicional é elevar para 20% a participação dessas fontes na geração de eletricidade. Para que as metas sejam cumpridas e o sistema elétrico não sofra com a vulnerabilidade dessas fontes, é preciso planejamento.

    Como a intensidade dos ventos e da luz solar são variáveis e intermitentes, há risco para o sistema caso o uso dessas fontes se tornem determinantes para a segurança energética do país.

    Além disso, o maior potencial desses tipos de geração está no Nordeste, o que exigiria um plano para expandir a transmissão de energia da região para outras com maior demanda, como o Sudeste.

    Hoje, de toda a capacidade de produção brasileira, as fontes eólica, solar e biomassa respondem por 14%, enquanto hidrelétricas e termelétricas detêm 86%.

    De acordo com os projetos em andamento já licitados, em 2020 essa relação pode mudar para 18,4% e 81,6%, deixando o Brasil mais perto de atingir a meta.

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