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    Trabalhadores da Mercedes aderem a PPE para suspender 1.500 demissões

    DE SÃO PAULO

    31/08/2015 13h13

    Os trabalhadores na Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo entraram em acordo com a empresa e decidiram em assembleia realizada na manhã desta segunda-feira (31) encerrar a greve iniciada há uma semana na unidade, onde são produzidos caminhões, chassis para ônibus, motores, eixos e câmbios. Eles voltaram ao trabalho já nesta segunda-feira.

    A proposta negociada entre o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a companhia abrange a reversão das 1.500 demissões anunciadas no início de agosto e a adesão da fábrica ao PPE (Programa de Proteção ao Emprego), que permite a redução temporária da jornada de trabalho e dos salários em até 30%, com financiamento pelo governo federal de metade do salário reduzido.

    Conforme o sindicato, o acordo prevê a redução de 20% da jornada de trabalho por nove meses, com redução de 10% dos salários para todos os 10 mil trabalhadores da fábrica.

    Os outros 10% serão financiados pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), conforme determina o programa. Dessa forma, não representarão queda de salários, apesar de significarem economia para a empresa.

    Segundo a Mercedes, também foi acertada para o reajuste do próximo ano a aplicação de 50% do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) —no primeiro semestre desse ano, 14% dos acordos salariais foram realizados abaixo do índice.

    O acordo suspende todas as demissões e garante para os funcionários estabilidade até o dia 31 de agosto de 2016. Trabalhadores que já haviam aderido ao PDV (Plano de Demissão Voluntária) não poderão reverter a situação.

    Na semana passada, a companhia havia confirmado a demissão de 1.500 funcionários, a partir de setembro, mas após a decisão da empresa, o sindicato anunciara o início da greve com 7.000 funcionários por tempo indeterminado. Segundo a montadora, a ociosidade chega a 50%.

    A multinacional fabricante de ônibus e caminhões, que hoje conta com um quadro de 10 mil funcionários, justificara o desligamento em massa pelo excesso de pessoas trabalhando na fábrica diante da drástica queda nas vendas no mercado nacional.

    Desde 2014, a empresa vinha adotado medidas —como férias coletivas, lay-offs (suspensões do contrato de trabalho) e licenças remuneradas— em meio à queda na produção de caminhões e ônibus.

    O sindicato afirmava pressionar pela adoção do PED desde o início da semana passada, e chegou a afirmar que a empresa tinha uma postura "irredutível" antes de chegar ao acordo.

    De acordo com a Mercedes, as expectativas para o mercado de veículos comerciais em 2015 continuam negativas e não há previsão de recuperação para o próximo ano.

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