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    Na segunda etapa da Zelotes, polícia cumpre mandados em SP, RS e DF

    GABRIEL MASCARENHAS
    DE BRASÍLIA

    03/09/2015 10h16

    Sérgio Lima/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 26-03-2015: A Policia Federal deflagrou nesta quinta-feira (26-03) a Operação Zelotes, com o objetivo de desarticular organizações que atuavam junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais Conselho de Contribuintes da Receita (Carf), manipulando o trâmite de processos e o resultado de julgamentos. Mesa: esquerda para direita, Delegado Marlon Cajado dos Santos - PF (coordenador op. Zelotes ), Delegado Oslaim Campos Santana (diretor de combate ao crime organizado da PF), Luiz fernando Teixeira Nunes (secretario adjunto da Receita Federal), Fabiana Vieira Lima (corregedora geral do Ministério da Fazenda) e Frederico Paiva (procurador da Republica, na sede da Policia Federal, em Brasilia. (Foto: Sergio Lima Folhapress - PODER)
    Coletiva em março, quando a Operação Zelotes foi deflagrada

    A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (3) a segunda etapa da Operação Zelotes, de combate a um esquema de vendas de sentenças no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), vinculado ao Ministério da Fazenda.

    Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão em escritórios de contabilidade, sendo cinco no Distrito Federal, um em São Paulo e três no Rio Grande do Sul.

    A Folha apurou que o objetivo da ação era encontrar documentos e registros contábeis que comprovem a prática de lavagem de dinheiro por parte de 12 empresas e 11 pessoas físicas suspeitas de intermediar o pagamento de propina a conselheiros do Carf.

    "Ainda não nos debruçamos sobre o que coletamos nas buscas, mas, à primeira vista, já dá para dizer que encontramos materiais que dão ainda mais robustez às nossas suspeitas", adiantou o delegado da PF, Hugo Correia.

    A perícia realizada nos documentos apreendidos na primeira fase da operação, deflagrada em março, demonstrou discrepâncias entre as cifras movimentadas pelos suspeitos e os valores declarados à Receita.

    Os escritórios visitados pelos policiais nesta quinta prestam serviços a essas empresas investigadas. A maioria delas é de escritórios de advocacia e de lobistas, que já foram alvo da PF seis meses atrás.

    A Folha apurou que a PF deve apresentar os primeiros relatórios conclusivos em aproximadamente três meses.

    A Justiça também autorizou a quebra de sigilos fiscal, bancário e telemático de todo o material apreendido.

    ZELOTES

    Deflagrada em março, a primeira fase da operação identificou indícios de irregularidades em cerca de 70 processos que tramitavam no Carf.

    Cada uma das empresas tem diferentes níveis de envolvimento no esquema de compra de sentenças desvendado pelo Ministério Público Federal e pela PF, em conjunto com a Receita.

    Segundo investigadores, muitas subornaram integrantes do Carf, colegiado responsável por julgar, em segunda instância, recursos de contribuintes autuados pela Receita. Outras, porém, foram procuradas por facilitadores — a maior parte formada por lobistas e escritórios de advocacia — que intermediavam o suborno a conselheiros do órgão, mas ainda não há contra elas elementos que comprovem o pagamento da propina.

    Os casos que os investigadores consideram ter indícios mais consistentes atingem processos dos grupos Gerdau e RBS; das companhias Cimento Penha, Boston Negócios, J.G. Rodrigues, Café Irmãos Julio, Mundial-Eberle; das empresas do setor automotivo Ford e Mitsubishi, além de instituições financeiras, como Santander e Safra.

    As companhias negam irregularidades.

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