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    Geração de empregos formais em 2014 foi a mais baixa em 15 anos

    FÁBIO MONTEIRO
    DE BRASÍLIA

    09/09/2015 16h55

    Ernesto Rodrigues - 21.ago.2014/Folhapress
    SÃO PAULO, SP, BRASIL, 21-08-2014: Cartazes que oferecem vagas de emprego, em São Paulo (SP). O país registrou o menor saldo de criação de vagas de trabalho com carteira assinada para julho desde 1999. (Foto: Ernesto Rodrigues/Folhapress/PODER)
    Poste com anúncios de emprego; país criou 623,1 mil vagas em 2014, pior resultado desde 1999

    O Brasil criou 623,1 mil postos de trabalho em 2014, segundo dados apresentados pelo Ministério do Trabalho nesta quarta-feira (9). É o pior resultado em geração de vagas formais no país desde 1999.

    Os dados fazem parte da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) e incluem trabalhadores empregados sob o regime de CLT e funcionários públicos estatutários —regime especial para servidores, com estabilidade e sem contrato pela CLT.

    Para celetistas, a elevação do emprego formal foi de 1,45% em 2014, com 580,6 mil novos postos. Já para estatutários, o crescimento foi de 0,47%, com 42,5 mil novas vagas preenchidas.

    Segundo o Ministério do Trabalho, o resultado divulgado hoje está em linha com os dados mensais do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que registrou a criação de 416,5 mil vagas em 2014.

    O ano de 2014 terminou com um total de 49,5 milhões de vínculos empregatícios no Brasil, aumento de 1,27% em relação ao resultado do ano anterior. A desaceleração nesta comparação é a pior desde 1998.

    Para o ministro Manoel Dias, a desaceleração reflete um momento diferente do Brasil, não apenas na economia mas também na política.

    "Claro que os momentos são diferentes. [Os números] são decorrentes de momentos econômicos e políticos que o país tem vivido. Mas o que importa é que o Brasil teve, na soma desses últimos anos, um recorde na produção e na criação de emprego", disse.

    O setor de serviços e o comércio foram os grandes responsáveis pelo desempenho positivo do mercado de trabalho no período. O segmento de serviços criou 587,5 mil postos, enquanto o comércio criou 217 mil vagas.

    Já os setores da indústria de transformação (encerramento de 121,7 mil postos) e de construção civil (76,8 mil vagas fechadas) colaboraram com a deterioração das estatísticas.

    Na comparação regional, o Nordeste liderou a criação de novas vagas no país, com 206,2 mil novos postos. A região Sudeste ficou logo atrás, com 169,5 mil novos postos. A pior região foi a Centro-Oeste, com 54,3 mil.

    A unidade federativa que registrou o maior saldo de empregos formais em 2014 foi São Paulo, com 87,1 mil novas vagas. O único Estado com fechamento de postos foi o Amazonas, com -1.491.

    SALÁRIOS

    A remuneração média real —descontada a inflação— dos trabalhadores apresentou um crescimento de 1,76%, chegando a R$ 2.449,11, considerando sempre os meses de dezembro.

    Nesta categoria, houve crescimento dos salários médios em todas as unidades federativas do país, exceto no Distrito Federal, que apresentou perdas de 2,14%.

    Segundo Manoel Dias, a política de valorização do salário mínimo foi o principal motivo para a expansão do crescimento da renda média real dos trabalhadores.

    "O aumento do salário mínimo serviu de base para a realização desses acordos [com as categoriais]. Só no governo Dilma, os trabalhadores em geral tiveram aumento de 11,29% acima da inflação", disse o ministro.

    Também refletindo uma tendência do relatório de 2013, as mulheres tiveram um avanço salarial melhor que o dos homens. A remuneração média das trabalhadoras teve aumento real de 1,89%, contra 1,83% dos empregados do sexo masculino.

    Na classificação por grau de instrução, houve queda na remuneração média para as pessoas que tem nível superior completo (-1,15%) e superior incompleto (-1,10%).

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