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    o impeachment

    Governo prepara conjunto de corte de despesas e aumento de receitas

    *VALDO CRUZ *
    MARINA DIAS
    DE BRASÍLIA

    10/09/2015 02h00

    Diante da avaliação de que o governo cometeu uma sucessão de erros de estratégia nos últimos dias, a presidente Dilma decidiu fechar com sua equipe um conjunto de medidas de corte de despesas obrigatórias e também de aumento de receitas para cumprir a meta de superavit de 0,7% do PIB em 2016.

    A estratégia havia sido fechada pela presidente pela manhã desta quarta (9) para tentar evitar um rebaixamento da nota brasileira pelas agências de classificação de risco, o que acabou acontecendo no início da noite pela Standard & Poor´s.

    Segundo um assessor presidencial, Dilma deve acertar com sua equipe econômica nesta quinta-feira (10) uma espécie de "freio de arrumação" para unificar o discurso do governo sobre como resolver o problema do deficit no Orçamento do próximo ano.

    Para interlocutores da presidente, o governo errou ao dar maior visibilidade, nos últimos dias, a propostas de aumento de receitas para equilibrar as contas da União, deixando em segundo plano o corte de despesas.

    Agora, o objetivo da presidente é fechar um pacote de medidas que ataquem os dois lados, elevando impostos mas também mostrando onde cortar gastos, na busca de reduzir as resistências dos aliados a propostas de criação de novas fontes de receitas.

    Ao todo, para cumprir a parte do governo federal na meta de superavit primário de 0,7% do PIB, o Palácio do Planalto terá de bancar um esforço fiscal –entre corte de despesas e aumento de receitas– de R$ 65 bilhões.

    Desde que começou a fechar sua proposta de Orçamento de 2016, o governo divulgou diversas propostas de aumento de receitas, recebidas de forma negativa por aliados e empresários.

    A primeira foi a recriação da CPMF. Depois, o governo falou em elevar a Cide (tributo cobrado sobre combustíveis), IOF, IPI e o Imposto de Renda das Pessoas Físicas.

    As novas propostas de aumento de receitas também foram recebidas de forma negativa pela base aliada. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que, primeiro, o governo precisa apontar onde pretende fazer cortes de gastos, para depois discutir aumentar a receita.

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    • AGENDA BRASIL

    Proposta: Lançado no início de agosto pelo presidente do Senado, o pacote de reformas foi abraçado como forma de retomar relação com Congresso

    Resultado: A agenda foi esquecida. Propostas que contrariam bandeiras petistas, como a cobrança pelos serviços de saúde, foram retiradas da lista

    • REDUÇÃO DE MINISTÉRIOS

    Proposta: O governo anunciou a intenção de cortar dez ministérios e milhares de cargos, em um esforço para mostrar disposição de cortar despesas

    Resultado: A proposta foi anunciada de improviso, sem definição das pastas a serem atingidas ou da economia prevista, irritando aliados

    • CPMF

    Proposta: Lançada sem anúncio oficial e sem consenso no próprio governo, a recriação da CPMF seria uma alternativa para equilibrar as contas do governo

    Resultado: Três dias depois, o governo desistiu diante de críticas de empresários, dos presidentes da Câmara e do Senado e do vice Michel Temer

    • IMPOSTO DE RENDA

    Proposta: O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, admitiu que aumentar o Imposto de Renda é uma opção estudada pelo governo

    Resultado: Proposta foi criticada pelos presidentes da Câmara e do Senado, pelo governador Geraldo Alckmin, pela OAB e pela CNI. Políticos defendem cortes de gastos

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