Após rejeitarem proposta de acordo articulada pelo TST, os funcionários dos Correios começaram nesta quarta-feira (16) uma greve por tempo indeterminado em vários Estados, entre eles São Paulo e Rio de Janeiro.

No final da tarde do mesmo dia, a estatal ingressou com uma ação de dissídio coletivo junto ao TST (Tribunal Superior do Trabalho) retomando sua proposta inicial.

Segundo o Sintect-SP (sindicato da categoria em São Paulo), em seu primeiro dia, a greve recebeu adesão de 80% dos trabalhadores do setor operacional (que inclui carteiros e motoristas) na Grande São Paulo. Já os Correios estimam que, na região, 79% do efetivo total está trabalhando normalmente.

A categoria pede reposição da inflação de 9,56% a partir de 1º de agosto mais reajuste real de 10%, além de realização de novo concurso público, manutenção do plano de saúde e reajuste de demais benefícios.

A proposta recusada pelo TST havia sido costurada pelo ministro Ives Grandra. Ela previa a reposição da inflação sobre benefícios e um reajuste linear como gratificação de R$ 150,00 a partir de agosto de 2015 e R$ 50,00 a partir de janeiro de 2016, com previsão de incorporação de 25% do reajuste (R$ 50,00) aos salários a partir de agosto de 2016.

Segundo os Correios, 16 dos 26 sindicatos da categoria no Brasil aceitaram a proposta, sendo que 17 teriam decidido não deflagrar a paralisação.

Depois de a proposta ser rejeitada, a estatal entrou com uma ação de dissídio coletivo retomando sua oferta anterior à do TST. Ela propõe reajuste de 6% nos salários (3% retroativos a agosto e 3% em janeiro de 2016), além de outros itens.

Em nota, os Correios informaram que operam com normalidade em todo o Brasil. No país, levantamento da empresa diz que 90,69% dos funcionários trabalham normalmente, estando a paralisação concentrada na área de distribuição, com 34,13% dos carteiros não tendo comparecido nesta quarta (16) para o serviço.

DICAS DO PROCON-SP

O Procon-SP divulgou orientações para os consumidores em caso de problemas decorrentes da greve. Confira abaixo as dicas:

• O consumidor que contratar serviços dos Correios, como a entrega de encomendas e documentos, e estes não foram prestados, tem direito a ressarcimento ou abatimento do valor pago. Nos casos de danos morais ou materiais pela falta da prestação do serviço, cabe também a indenização por meio da Justiça

• Em casos de ter adquirido produtos de empresas que fazem a entrega pelos Correios, essas são responsáveis por encontrar outra forma para que os produtos sejam entregues ao consumidor no prazo contratado

• Empresas que enviam cobrança por correspondência postal são obrigadas a oferecer outra forma de pagamento que seja viável ao consumidor, como internet, sede da empresa, depósito bancário, entre outras

• Não receber a fatura, boleto bancário ou qualquer outra cobrança, que saiba ser devedor, não isenta o consumidor de efetuar o pagamento. Se não receber boletos bancários e faturas, por conta da greve, o consumidor deverá entrar em contato com a empresa credora, antes do vencimento, e solicitar outra opção de pagamento, a fim de evitar a cobrança de eventuais encargos, negativação do nome no mercado ou ter cancelamentos de serviços