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    Após fechar acordo com Petrobras, Sete Brasil demite 23 funcionários

    DAVID FRIEDLANDER
    DE SÃO PAULO

    17/09/2015 02h00

    Alexandre Gentil/Divulgação
    ANGRA DOS REIS, RJ, BRASIL, 22-01-2014: Casco da primeira sonda de perfuração da Sete Brasil, chega de Cingapura ao estaleiro BrasFELS, em Angra dos Reis (RJ). (Foto: Alexandre Gentil/Divulgação) ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM*** ORG XMIT: AGEN1401221835430658
    Casco de sonda de perfuração da Sete Brasil, no estaleiro BrasFELS, em Angra dos Reis (RJ)

    Duas semanas depois de fechar com a Petrobras um acordo destinado a evitar sua derrocada, a fornecedora de navios-sonda Sete Brasil demitiu 23 funcionários nesta quarta-feira (16).

    As dispensas correspondem a cerca de 20% do quadro da empresa e são uma forma de pressionar a estatal a assinar o acordo combinado no último dia 28 entre o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, e os sócios da Sete Brasil.

    Naquele encontro, Bendine confirmou que a estatal alugaria 15 sondas para exploração do pré-sal, por US$ 400 mil por dia, por 15 anos.

    Os sócios da Sete achavam que o acordo ia ser assinado na semana passada. Eles precisam concluir essa etapa para dar sequência à reestruturação da companhia, que deve R$ 14 bilhões a bancos e não tem dinheiro para construir suas sondas.

    A Sete e a Petrobras não quiseram se manifestar. Mas acionistas da companhia disseram à Folha que o corpo técnico da estatal tem criado obstáculos para que o projeto siga adiante, apesar do compromisso de Bendine.

    A impressão de executivos que acompanham o assunto é que, depois das descobertas da Operação Lava Jato, os funcionários da estatal querem evitar situações que possam provocar questionamentos mais tarde.

    As sondas da Sete custam mais do que equipamentos iguais no mercado internacional. Isso estava previsto quando a companhia foi criada, com apoio do governo, porque a ideia era produzir no Brasil mesmo com preço maior, para apoiar a retomada da indústria naval.

    Só que o modelo agora está em xeque, o que deixou acionistas e bancos credores desesperados com a ameaça de perder os mais de R$ 22 bilhões que colocaram no negócio.

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