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    UTC recebe oferta de R$ 564 milhões pela participação em Viracopos

    DAVID FRIEDLANDER
    DE SÃO PAULO

    18/09/2015 02h00

    O fundo americano Fortress ofereceu R$ 564 milhões pela participação do grupo UTC no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP).

    Foi o maior lance apresentado nesta quinta (17), dia marcado para entrega das propostas. Até as 19h, os bancos que coordenam o processo tinham recebido outras duas ofertas, menores.

    Uma delas foi da Vinci, um grande grupo francês da área de infraestrutura.

    Envolvida na Operação Lava Jato e em dificuldades financeiras, a empreiteira UTC colocou à venda sua fatia de 23% em Viracopos para pagar parte dos R$1,3 bilhão que deve a bancos.

    Executivos envolvidos na operação aguardam mais duas ou três propostas antes de decidir quem permanece na disputa. Depois disso, a Triunfo Participações, sócia da UTC no aeroporto, ainda terá a oportunidade de cobrir a melhor oferta.

    O processo é conduzido pelos bancos Bradesco BBI, Itaú BBA e Santander. Junto com o Banco do Brasil, são os principais credores da UTC.

    A Fortress, que saiu na frente, administra uma carteira com cerca de US$ 70 bilhões em ativos.

    No Brasil, o fundo é representado pelo ex-banqueiro Luiz Cezar Fernandes, que participou da fundação dos antigos bancos Garantia e Pactual.

    A oferta da Fortress ficou acima do que muitos executivos da área de infraestrutura imaginavam. Alguns deles diziam que as melhores ofertas dificilmente ficariam acima de R$ 400 milhões.

    REESTRUTURAÇÃO

    A venda da participação em Viracopos é um dos principais passos para a reestruturação do grupo UTC, do empresário Ricardo Pessoa, um dos principais delatores do esquema de corrupção na Petrobras.

    Nos últimos dez meses, o grupo demitiu metade dos 30 mil funcionários, devolveu imóveis que ocupava e se desfez de negócios menores.

    Preso por cinco meses até abril, e réu em dois processos, Ricardo Pessoa recebeu autorização da Justiça para trabalhar e assim tentar a recuperação de suas empresas.

    Ele precisa usar tornozeleira eletrônica durante todo o tempo, mas pode ficar fora de sua casa das 7h às 22h para trabalhar.

    Pessoa vai ao escritório todos os dias e passou a cuidar novamente dos negócios, numa tentativa de sair do buraco sem precisar de recuperação judicial.

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