• Mercado

    Sunday, 23-Jun-2024 16:18:14 -03

    Volkswagen põe 60% do pessoal em plano de proteção ao emprego

    CLAUDIA ROLLI
    DE SÃO PAULO

    18/09/2015 02h00

    Divulgação/Volkswagen
    Divulgação/Volkswagen - digitalização
    Produção de um carro da Volkswagen

    A Volkswagen vai reduzir os salários e a jornada de trabalho de 11,6 mil funcionários da fábrica de São Bernardo do Campo (SP) por seis meses, em troca de não fazer cortes. O número representa 60% do total de empregados da montadora no país e quase a totalidade da fábrica do ABC. A unidade tem 12,6 mil.

    A redução salarial e de jornada consta no acordo de adesão ao PPE (Programa de Proteção ao Emprego), que permite o corte de custos em troca de evitar demissões. É a maior já feita desde a criação do programa e foi aprovada nesta quinta (17) pela maioria dos funcionários.

    A VW é a terceira montadora a aderir ao acordo e a sexta empresa do ABC a adotar a medida para enfrentar a retração nas vendas, resultado da crise na economia.

    Metade da redução salarial será bancada pelo FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), como prevê a lei que criou o PPE. Com isso, os salários serão diminuídos em 10% por um período de seis meses, que podem ser prorrogados por mais seis.

    Veja as regras de adesão ao PPE

    Dados do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC mostram que o salário médio na unidade é de R$ 6.200, o que significa que, na prática, deixarão de receber R$ 620 mensais em troca de estabilidade.

    A VW diz que, "em acordo com o sindicato e a representação dos empregados, irá solicitar ao governo a adesão ao PPE para a fábrica do ABC". Não informou se o acordo pode ser negociado para as fábricas de Taubaté, São Carlos e São José dos Pinhais (PR).

    Desde janeiro, a Volks informava ter excedente de 2.600 no ABC. "Em janeiro ocorreram 300 demissões, que foram revertidas após uma greve e a negociação de 'lay-off' para o grupo excedente. Na ocasião, a empresa fez um acordo coletivo que deu estabilidade até 2019. Com o acordo do PPE está reafirmado", diz Wagner Santana, secretário do sindicato.

    O acordo desta quinta garante ainda que a redução não incidirá nas férias nem no 13º salário. "Também está garantido o complemento, por parte da empresa, quando a compensação máxima paga pelo FAT [R$ 900] não atingir a metade da redução salarial do trabalhador."

    Com o acordo do PPE, 850 empregados em "lay-off" retornarão à fábrica em novembro. Os demais, em janeiro. Todos serão reintegrados à fábrica, diz o sindicato. Ficaram fora do PPE, mil operários que atuam em áreas em que não é possível reduzir a jornada por segurança.

    -

    • *EMPRESAS QUE JÁ ADERIRAM AO PPE

    VOLKSWAGEN: 11,6 mil funcionários entraram no plano

    MERCEDES-BENZ: 10 mil

    CATERPILLAR: 1.498

    RASSINI NHK AUTOPEÇAS: 550

    PRENSAS SCHULER: 456

    GRAMMER DO BRASIL: 451

    TRICOL: 114

    Fontes: MTE e Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024