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    Petrobras propõe reajuste abaixo da inflação pela primeira vez em 12 anos

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    17/09/2015 22h50

    Rudy Trindade/Frame/Folhapress
    Protesto de funcionários do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) durante 'Ato Juntos pelo Comperj - Refinaria já!', em frente à sede da Petrobras, na avenida Chile, na região central do Rio de Janeiro
    Protesto de funcionários do Comperj em frente ao prédio da Petrobras, no centro do Rio de Janeiro

    Pela primeira vez em governos petistas, a Petrobras propôs a seus empregados um reajuste salarial abaixo da inflação. Em reunião nesta quinta-feira (17), a empresa apresentou proposta de aumento de 5,73%, bem inferior aos 9,53% do IPCA acumulado em doze meses encerrados no fim de agosto.

    Nos últimos 12 anos, a categoria teve ganho real acima da inflação. Neste ano, porém, a companhia enfrenta crise financeira provocada pela queda dos preços do petróleo e pelos efeitos do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.

    "Queremos a rejeição da proposta e o início de uma greve por tempo indeterminado", afirmou o presidente do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ), Emanuel Cancella. O Sindipetro-RJ é filiado à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que pedia reajuste de 18%.

    Na semana passada, a Petrobras apresentou as cláusulas sociais do acordo coletivo de trabalho, com proposta de corte de 25% dos salários para empregados da área administrativa, em troca de redução equivalente na jornada de trabalho, além de corte no valor das horas extras e criação de banco de horas.

    Procurada pela Folha, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou que não participou da reunião com a Petrobras, por discordar do "fatiamento" das negociações por subsidiária. Até o ano passado, a direção da estatal negociava com todas as empresas do grupo de uma só vez.

    A FUP vem realizando assembleias para aprovar a greve por tempo indeterminado desde o início do mês. Chegou a agendar o início do movimento para o dia 4 de novembro, mas com o foco na resistência ao novo plano de negócios da companhia, que prevê corte de investimentos e venda de ativos.

    A Petrobras informou que, em caso de greve, "tomará todas as medidas para garantir o abastecimento do mercado, preservando a segurança das operações e dos trabalhadores".

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