A recente alta nas tarifas de energia foi boa notícia para ao menos um grupo de empresários: aqueles que oferecem alternativas para reduzir a conta de luz.
As consultorias assumem o planejamento e os gastos com melhorias na empresa para diminuir o consumo de energia e, em troca, recebem uma porcentagem dessa economia por um período.
Segundo um levantamento feito pelo Sebrae, em abril passado, o número de pequenos empresários que procurou o instituto para obter ajuda com soluções de redução de gastos com energia foi 15,5% maior comparado a maio de 2014.
A W-energy é uma das que atuam no setor, e é remunerada por sua "performance", explica o diretor Wagner Cunha Carvalho, 31.
Eduardo Anizelli/Folhapress | ||
Wagner Carvalho na sede da consultoria W-Energy, em SP |
A companhia identifica as medidas que podem levar à redução na conta do cliente e banca todas as despesas de sua execução. Depois, recebe mensalmente entre 20% e 50% do valor da redução na tarifa paga, por meio de contratos que podem ter duração de 12 a 60 meses.
Entre as ações, estão alterar a demanda de energia contratada mensalmente ou trocar suas lâmpadas convencionais pelas LED.
Carvalho afirma que cerca de 60% de seus clientes são pequenos e médios negócios, que não têm funcionários qualificados para fazer essa operação. A companhia cresce cerca de 40% ao ano.
A Intratec, de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, atua no mesmo segmento.
Ricardo Zorzetto, engenheiro eletricista, afirma que a empresa, fundada em 2004, recebe em média 20% da economia mensal que conseguir por um período que pode variar de um a três anos, dependendo do capital investido.
A empresa realiza projetos de instalação de placas fotovoltaicas, para captação de energia solar, mas, nesse caso, é o cliente quem paga pelos equipamentos.
"Poucos clientes se importam com consumo de energia e a questão ambiental. O que mais preocupa é questão econômica", diz Zorzetto.
Já a W-energy diz não trabalhar com a fonte de energia alternativa porque o retorno do investimento é de longo prazo.
CALORIAS
A NegaPower também aposta no serviço de redução da conta de luz, mas de forma diferente.
Ela desenvolveu um dispositivo que, instalado em bicicletas ergométricas de academias, transforma a energia mecânica gerada pelas pedaladas em eletricidade.
Segundo Gabriel Soares Jasmim, 23, cofundador, o uso dos geradores pode reduzir os gastos com energia das academias em cerca de 20%.
A força gerada também pode ser devolvida para a rede de distribuição e transformada em créditos.
Jasmim diz que já investiu cerca de R$ 10 mil no negócio e os geradores estão em fase final de testes e adaptações.
A previsão é que o dispositivo comece a ser comercializado até o início de novembro, mas ainda não há um preço definido.
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