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    PF investiga grupo de filho de dono da Vasp

    AGUIRRE TALENTO
    DE BRASÍLIA

    20/09/2015 02h00

    Um contador do grupo do ex-dono da Vasp, Wagner Canhedo, admitiu à Polícia Federal que criou empresas-fantasmas para ajudar a companhia a esconder o patrimônio e escapar de cobranças de dívidas com a Receita.

    Comandado atualmente pelo empresário Wagner Canhedo Filho, o grupo é acusado de tentar escapar de dívidas fiscais e trabalhistas estimadas em R$ 870 milhões, de empresas de transportes, como a Viplan (Viação Planalto), e turismo, como o Hotel Nacional, em Brasília.

    A Folha deixou recados no escritório de Wagner Canhedo Filho desde o dia 14 e enviou perguntas por e-mail.

    Até a conclusão desta edição, não houve resposta.

    Jefferson Coppola - 23.mar.2004/Folhapress
    Wagner Canhedo, ex-dono da Vasp, durante debate em São Paulo em 2004
    Wagner Canhedo, ex-dono da Vasp, durante debate em São Paulo em 2004

    O depoimento do contador Wilson Geraldo foi tomado em maio, quando a PF e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional realizaram operação contra o grupo Canhedo. Há suspeita de crimes como falsidade ideológica, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e fraude fiscal.

    Decisões judiciais nas ações que cobram as dívidas têm reconhecido o vínculo entre essas empresas-fantasmas e o grupo Canhedo, determinando a extensão de bloqueios de bens a elas.
    ar de formalidade

    O contador Wilson Geraldo afirmou, segundo a PF, que constituiu três empresas por ordem de Canhedo Filho, mas que elas não têm "atividade formal", apesar de realizarem movimentação contábil "para dar ar de formalidade". Em uma das ações, movida contra a Viplan, a União já havia acusado o uso de empresas-fantasmas.

    "A executada vem (...) esvaziando seu patrimônio e faturamento com o fito evidente de se furtar ao pagamento do enorme passivo tributário e trabalhista", diz petição da Procuradoria da Fazenda.

    A Viplan operava o transporte público no Distrito Federal, mas perdeu a licitação realizada entre 2012 e 2013.

    O contador disse ainda que as três empresas que criou foram usadas para disputar a licitação do transporte no DF porque a Viplan estava irregular. Pela regra da disputa, uma mesma empresa não podia ganhar diferentes lotes.

    Segundo a Procuradoria da Fazenda, empresas do grupo têm entrado em recuperação judicial para impedir a cobrança das dívidas -foi o caso da Viplan.

    O mesmo havia acontecido com a Vasp, que tinha uma dívida superior a R$ 3 bilhões, parou de voar em 2005 e acabou indo à falência.

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