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    Investidores unem paixão por vinhos e arte à chance de lucrar

    ANDERSON FIGO
    DANIELLE BRANT
    DE SÃO PAULO

    21/09/2015 02h00

    Patrick Bernard/AFP
    Vinhos expostos em vinícola da região de Bordeaux, na França
    Vinhos expostos em vinícola da região de Bordeaux, na França

    Cansados de aplicações tradicionais, endinheirados que não têm pressa em reaver o capital investido uniram a paixão por vinhos, cinema e arte com as finanças. O caminho são os chamados fundos passionais, que associam o risco alto desses negócios com a oportunidade de valorização.

    O Bordeaux Wine Fund é um exemplo desse tipo de investimento. Criado no final de 2010, ele aplica em um fundo fora do Brasil com vinhos em sua carteira.

    No país, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) não permite que um fundo invista diretamente em vinhos.

    Por isso, o gestor no Brasil adquire cotas de um fundo na França, que conta com enólogos para selecionar rótulos com potencial de valorização. Após compradas, as garrafas ficam armazenadas e serão vendidas anos depois, quando teoricamente valerão mais.

    Segundo Filipe Albert, gestor do fundo, apenas vinhos premium, com produção controlada, entram na carteira.

    A aplicação inicial é de
    R$ 1 milhão. Após o primeiro aporte, o cotista que quiser colocar mais recursos precisa fazer aplicação mínima de R$ 50 mil. A taxa de administração é de 2,5% ao ano.

    Diferentemente do que ocorre na França, onde os investidores podem sacar sua cota em vinhos, no Brasil o resgate é feito em dinheiro, no valor mínimo de R$ 50 mil.

    A tributação ocorre conforme a tabela regressiva do Imposto de Renda, que começa em 22,5% para retiradas até seis meses e cai gradativamente até chegar a 15% para saques após dois anos.

    Zô Guimarães/Folhapress
    A artista plástica Adriana Varejão inaugura obra no Rio; ela investe em fundo passional
    A artista plástica Adriana Varejão inaugura obra no Rio; ela investe em fundo passional

    OBRAS DE ARTE

    Criado em 2010, o fundo Brazil Golden Art aplica em obras de arte contemporânea brasileira. A carteira é composta por artistas nacionais consagrados no mercado internacional, como Adriana Varejão e Beatriz Milhazes.

    Conta ainda com promessas do cenário artístico do país. "Temos cerca de 80% de artistas com potencial de valorização e 20% dos já consolidados no mercado internacional", diz Heitor Reis, sócio do Brasil Plural, responsável pelo fundo.

    Ao todo, 655 obras de 200 artistas fazem parte da carteira do fundo. Para entrar, a obra passa pela avaliação de um comitê de investimento. O patrimônio do fundo, que hoje não aceita mais aportes, é estimado em R$ 40 milhões.

    Quem preferir o cinema, pode optar pelos Funcines (Fundos de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional), que investem em produções com aval da Ancine.

    Regulamentada pela CVM, a aplicação só permite o resgate dos recursos após o fim do prazo de duração do fundo.

    Estão registrados dez Funcines, com patrimônio líquido total de R$ 75,97 milhões. A aplicação inicial varia de R$ 100 a R$ 1 milhão e a taxa de administração pode ir de 1% a 3,5% ao ano.

    Entre os filmes que já contaram com aportes de Funcines, estão "Última Parada 174", do diretor Bruno Barreto, e "De Pernas pro Ar", dirigido por Roberto Santucci.

    Folhainvest

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