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    o brasil que dá certo - mobilidade

    Sucesso de bicicletas sofisticadas eleva importações no Brasil

    ANDRÉ CABETTE FÁBIO
    DE SÃO PAULO

    24/09/2015 02h00

    Criticada por pedalar uma bicicleta norte-americana, e não brasileira, pelos arredores do Palácio da Alvorada, a presidente Dilma Rousseff deu visibilidade a uma tendência em ascensão no país.

    A busca por produtos mais sofisticados e caros –como a Specialized da presidente, de R$ 2.350– está crescendo e, com isso, a importação de bicicletas e peças.

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    "Tem havido uma redução das bicicletas básicas para transporte, de menor valor agregado, e aumento da procura pelas de passeio, esporte e mobilidade", diz Thais Marzola Lara, da consultoria Rosenberg & Associados, que publicou estudo sobre o tema.

    Em 2005, o Brasil exportou US$ 2 milhões e importou US$ 3 milhões em bicicletas. A diferença só cresceu desde então: no ano passado, o país vendeu apenas US$ 208 mil a outros países, enquanto comprou US$ 40 milhões.

    O volume aumentou mesmo com a elevação da alíquota do Imposto de Importação, de 20% para 35% em 2011.

    A tributação não se estende à maior parte das peças estrangeiras, cuja movimentação subiu 257%, de US$ 49 milhões para US$ 175 milhões.

    Marcelo Maciel, presidente da Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas), estima que mais de 50% das peças importadas vão para a indústria nacional.

    "Qualquer bicicleta tem componentes importados. Não há no Brasil fábrica de peças como corrente e catraca, por exemplo." E, quanto mais sofisticada e cara, maior é a proporção de componentes importados, afirma.

    POR ENCOMENDA

    Mas as peças importadas têm encontrado outro destino no país: pequenas lojas que montam bicicletas por encomenda, voltadas ao consumidor especializado.

    Fernando Fonseca, que desde 1996 tem sua loja própria, a Dragon Bike, em São Paulo, conta que parou de vender bicicletas após a alta do Imposto de Importação. Hoje, concentra seu negócio na venda de peças, reparo e montagem de bicicletas, vendidas por ao menos R$ 1.300 – e responsáveis por 33% do faturamento mensal.

    "Quando a minha Caloi 10 desmanchou, tentei cinco bikes antes de mandar fazer uma que servisse", conta o fotógrafo Carlos Ximenes, 50.

    Sua bicicleta atual, comprada na loja de Fonseca, custou R$ 2.500. "Se eu tivesse comprado uma pronta, gastaria no mínimo R$ 5.000."

    Importação de bicicletas

    Produção Nacional de bicicletas

    Infográfico: peças de bicicletas importadas

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