A possibilidade de ter um carro particular pode levantar dúvidas em meio à crise. Além do momento ruim na economia, há também a crescente oferta do transporte público individual, com taxistas disputando clientes com novas empresas.

O colunista da Folha, economista e professor da FGV, Samy Dana, desenvolveu uma forma de determinar os gastos envolvidos com os diversos tipos de transportes disponíveis.

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Segundo os cálculos, o táxi e o Uber podem ser vantajosos financeiramente. Além disso, o montante do carro poderia ser reinvestido.

Uma conta simples na calculadora mostra que quem roda 20 quilômetros diários em São Paulo teria despesas anuais de R$ 24,7 mil com carro próprio popular. Com 60 viagens mensais e a mesma quilometragem, os gastos seriam de R$ 20,5 mil com o UberX, menos disponíveis e com modelos populares, R$ 24 mil com táxi e R$ 29,3 mil com o Uber Black.

O advogado Lucas Michelan, 26, optou por não ter um carro. Ele se locomove cerca de 16 quilômetros por dia de casa até o trabalho.

"Além do valor do carro e todas as contas que ele traz, teria que alugar outra garagem no meu prédio e uma perto do meu trabalho. Então optei pelo táxi", diz.

Para o economista José Dutra Vieira, os custos acerca do veículo próprio e as novas alternativas aumentam a preferência pelo transporte público individual.

"O proprietário tem que colocar na cabeça que também há gastos possíveis e subjetivos como uma batida ou multa", afirma.

O analista Eduardo Terranova, 37, também optou por não ter carro próprio. Desde o início do ano, ele mescla o ônibus com os carros do Uber.

Segundo Samy Dana, a maneira de mesclar as alternativas que a cidade oferece, como faz Terranova, é a melhor maneira para economizar.

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Calcule despesas
Especialistas afirmam que é necessário calcular todos os custos do carro próprio. É importante não esquecer despesas inevitáveis, como seguro obrigatório e demais impostos, por exemplo, assim como a depreciação do bem.

Oferta variável
Mesmo com a vantagem financeira, a oferta de táxis ou do aplicativo Uber pode variar de acordo com as condições. Lembre-se que, em um dia de chuva, as alternativas de táxi em determinadas regiões podem ficar limitadas.

Pense nos fatores
O prazer de dirigir é inegável para alguns. Este tempo, porém, poderia ser trocado por alternativas mais produtivas. Pense que, sem a necessidade de prestar atenção no trânsito, você poderia trabalhar no banco de trás de um táxi no caminho, por exemplo.

COMPARTILHADOS

O conceito de compartilhar um carro não é novidade no país.

O novo, porém, é a possibilidade de utilizar o veículo por apenas algumas horas, de acordo com a demanda.

A Zazcar oferece o compartilhamento de carros. Com apenas um cartão, o cliente pode pegar um dos cem veículos da empresa em um dos 50 pontos em São Paulo e pagar apenas pelas horas utilizadas.

O fundador da empresa, Felipe Barroso, 36, afirma que o perfil das pessoas que usam o carro compartilhado é jovem.

"Geralmente pessoas de 25 a 35 anos que de alguma forma utilizam diversas alternativas de transporte público e usam o carro apenas para irem ao cinema ou supermercado, por exemplo", diz.

Após o uso, o cliente deixa a chave no porta-luvas, fecha o carro pelo cartão e o veículo estará pronto para ser utilizado por outra pessoa.

Outra possibilidade de utilizar um carro por algumas horas é o Fleety. A diferença, porém, é que o aplicativo auxilia no encontro e na negociação entre o proprietário e aqueles que desejam utilizar o veículo.

Tempo médio gasto no deslocamento casa-trabalho