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    Grifes apostam em trabalho brasileiro para atrair consumidoras bolivianas

    JOANA CUNHA
    DE SÃO PAULO

    27/09/2015 02h00

    Divulgação
    Marcas de moda brasileira abrem mercado na Bolívia. Mais de 15 grifes nacionais se uniram para abrir uma loja temporária em Santa Cruz de la Sierra e outras já estão inaugurando unidades definitivas, como é o caso da Dudalina, que acaba de abrir duas neste mês e se prepara para mais uma inauguração em outubro. Foto: Divulgacao ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Loja da Dudalina, que se prepara para nova inauguração na Bolívia em outubro

    País reconhecido como origem de uma mão de obra que em grande parte se torna vítima de escravização no mercado do vestuário brasileiro, a Bolívia passa a ser vista também como destino para a produção da moda nacional.

    Além de oferecer benefícios tributários, a Bolívia vale como alternativa ao combalido mercado doméstico e ao fechamento do mercado argentino, que progressivamente substitui exportações brasileiras por chinesas.

    Mas é o gosto da boliviana pelo estilo da brasileira a resposta das grifes quando questionadas por que a Bolívia.

    A Dudalina acaba de abrir duas franquias por lá e terá mais uma em outubro. Thiago Raitez, executivo da marca, afirma que estão exportando roupas "feitas por mãos brasileiras". A produção fica em Blumenau (SC).

    Neste mês, 15 marcas brasileiras abriram uma loja temporária em Santa Cruz de la Sierra, com apoio da Abit (associação da indústria) e da Apex-Brasil (agência de exportações). Até janeiro, grifes como Animale, Joy e Shoulder esperam R$ 2,5 milhões.

    A loja temporária é parceria com a Marcia.Maria, uma espécie de Daslu local, famosa multimarcas boliviana que vende grifes estrangeiras.

    A Bolívia tem um PIB que, embora pequeno (US$ 30 bilhões), cresce há sete anos.

    No ano passado, o Brasil respondeu por 19% da importação de confecção da Bolívia, com US$ 11,8 milhões, alta de 9% ante 2013, só ficando atrás da China, de acordo com Rafael Cervone, presidente da Abit.

    No país há anos, a Morena Rosa ainda quer se expandir. "Esse é um dos mercados prioritários do grupo", diz o executivo Luís Paschoal.

    Apesar dos negócios em alta, os bolivianos representam 52% das vítimas de trabalho escravo e tráfico de pessoas no país, segundo o Ministério Público do Trabalho.

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