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    Sete Brasil pede a bancos credores novo prazo para pagamento

    RENATA AGOSTINI
    DE SÃO PAULO
    NATUZA NERY
    DE BRASÍLIA

    30/09/2015 02h00

    Alexandre Gentil/Divulgação
    ANGRA DOS REIS, RJ, BRASIL, 22-01-2014: Casco da primeira sonda de perfuração da Sete Brasil, chega de Cingapura ao estaleiro BrasFELS, em Angra dos Reis (RJ). (Foto: Alexandre Gentil/Divulgação) ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM*** ORG XMIT: AGEN1401221835430658
    Casco de sonda de perfuração da Sete Brasil, no estaleiro BrasFELS, em Angra dos Reis (RJ)

    A Sete Brasil voltou a debater com os bancos credores a possibilidade de novo prazo para o início do pagamento da dívida da empresa diante de mais impasse com a Petrobras.

    Segundo apurou a Folha, representantes dos acionistas e dos bancos credores fizeram reuniões por telefone nesta terça-feira (29). O objetivo da Sete Brasil era explicar as razões do atraso e sinalizar que um novo período de carência deve ser necessário.

    Petrobras e Sete Brasil fecharam há um mês um acordo sobre o número de sondas que seriam encomendadas para a exploração do pré-sal, mas até agora o contrato não foi assinado.

    Nos bastidores, há uma guerra de versões sobre o que está impedindo a assinatura do documento.

    Acionistas da Sete Brasil afirmam que a Petrobras está pedindo garantias de que o contrato não será questionado no futuro e dificultando a escolha de parceiros para a operação das sondas.

    Já interlocutores da estatal dizem que, na verdade, são os sócios da Sete que estão apresentando novas demandas na tentativa de melhorar o retorno com o projeto.

    A Sete Brasil precisa que o acerto com a estatal se torne oficial para levantar recursos. A companhia necessita de pelo menos R$ 4 bilhões.

    Sem a injeção financeira, não há dinheiro para pagar os bancos. Na lista de credores, estão as principais instituições financeiras do país: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander.

    Os empréstimos já venceram, por isso, uma renegociação sobre o pagamento era esperada.

    Mas, sem ter certeza de quando o contrato e a capitalização virão, a Sete precisa que os bancos concordem em esperar mais tempo antes de voltar a cobrar.

    O novo acordo poderia evitar ainda que os bancos tenham de aumentar as provisões para perdas com a Sete Brasil registradas em seu balanço, segundo executivos envolvidos.
    atrasos

    Os bancos têm a receber mais de R$ 14 bilhões —a dívida em reais vem subindo diante da alta do dólar.

    Após a Sete ser citada na Operação Lava Jato, o BNDES travou a liberação de um empréstimo de longo prazo que seria usado para quitar a dívida com os bancos.

    Os principais bancos já cobraram o pagamento das garantias, mas o trâmite com o FGCN (Fundo de Garantia para a Construção Naval) não terminou e elas só cobrirão de 30% a 40% do valor. O restante depende da negociação com a Sete Brasil —e de sua sobrevivência.

    O acordo de agosto com a Petrobras previa que 15 sondas seriam construídas pela Sete Brasil e a empresa teria o direito de operar cinco delas.

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