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    Votação sobre plano de recuperação judicial da OAS é adiado

    RENATA AGOSTINI
    DE SÃO PAULO

    30/09/2015 02h00

    Apu Gomes/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL, 09-05-2012, 11h00: OBRAS PARALISADAS. Predio em construcao da construtora OAS Empreendimentos, na Rua Marina Crespi, 232, na Mooca, zona leste de Sao Paulo, que teve as obras paralisadas na manha de hoje apos denuncia sindical sobre trabalho escravo durante a obra. Construtoras estam parando e atrasando obras por conta do desaquecimento da economia. (Foto: Apu Gomes/Folhapress, Mercado ) *** EXCLUSIVO***
    Prédio em construção de responsabilidade da OAS Empreendimentos

    Sem acordo com os credores internacionais, a empreiteira OAS adiou novamente a votação de seu plano de recuperação judicial. A suspensão foi aprovada nesta terça-feira (29) por quase todos os credores presentes na assembleia. Foi a segunda tentativa de apreciar o plano. A decisão ficará agora para o dia 14 de outubro.

    Alvo de denúncias de corrupção na Operação Lava Jato, a OAS pediu proteção da Justiça em março. Precisa agora que a maior parte dos credores aprove sua reestruturação financeira ou irá à falência.

    O principal impasse é o valor pelo qual a fatia de 24,4% que a OAS possui na Invepar será oferecida. As ações na companhia, dona de concessões como a do aeroporto de Guarulhos, são o que a OAS tem de mais valioso à venda.

    Os credores estrangeiros, que respondem pela maior parte da dívida, exigem que o lance mínimo pela fatia na companhia de concessões seja de R$ 2,2 bilhões. A canadense Brookfield, que tem interesse em arrematar a participação, quer reduzir o valor.

    A empreiteira acumula dívidas de mais de R$ 10 bilhões (a alta do dólar tem feito o valor em reais subir), e os credores já sabem que não receberão a maior parte.

    O corte na dívida pode ficar em 70%, segundo apurou a Folha. Mas os credores ainda tentam aumentar o percentual de recuperação ao negociar um valor melhor para a Invepar. As negociações entre representantes de fundos estrangeiros, OAS e Brookfield ocorreram até a noite desta terça.

    A Brookfield aceitou dar um empréstimo de R$ 800 milhões à OAS. Em troca, recebeu as ações da Invepar como garantia e o direito a cobrir ofertas que venham a ser feitas pela companhia.

    PLANO

    Mesmo sem votação, um novo plano foi apresentado aos credores. O documento prevê a troca dos créditos por novos papéis da dívida da OAS, que serão emitidos, em reais e em dólares, já com o desconto final acertado com os credores.

    Na proposta atual, eles somam R$ 2,8 bilhões. Ela ainda deve ser modificada.

    Os prazos de pagamento variam de dez a 25 anos. Há carência de cinco anos para o início das amortizações.

    Conforme a empresa for vendendo seus ativos, essas novas dívidas serão quitadas.

    O o fluxo de caixa da companhia também será usado para honrar os compromissos. No comando da OAS, seguirá o atual controlador, o baiano César Mata Pires.

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