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    Petrobras faz acordo com Banco do Brasil para aliviar endividamento

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO
    RENATA AGOSTINI
    DE SÃO PAULO

    30/09/2015 19h44

    Após anunciar o reajuste imediato do preço da gasolina e do diesel, a Petrobras afirmou nesta quarta-feira (30) que renegociou uma dívida de R$ 4,075 bilhões com o Banco do Brasil.

    Os dois movimentos têm como objetivo atenuar o efeito da alta na cotação do dólar e melhorar, assim, a situação financeira da estatal.

    O empréstimo com o banco estatal fora firmado originalmente em dólares. Além de substituir o financiamento por moeda nacional, a petroleira conseguir aumentar o prazo de pagamento.

    A dívida agora poderá ser paga em dez anos. A empresa não esclareceu qual era o vencimento anterior.

    A direção da Petrobras, sob o comando de Aldemir Bendine, tem tentado buscar novas alternativas de financiamento em reais, principalmente após o rebaixamento da nota da petroleira por duas agências de risco.

    A decisão de Moody's e Standard & Poor's de retirar o selo de bom pagador da empresa limita e encarece o acesso ao mercado internacional.

    Com 73% de sua dívida em moeda estrangeira, a situação financeira da companhia preocupa analistas e o próprio governo, que enfrenta uma crise econômica e fiscal e terá limitações para injetar dinheiro na companhia caso seja necessário.

    Relatório divulgado nesta quarta-feira pela Fitch afirmou que, mesmo após o reajuste do preço dos combustíveis, a geração de caixa da estatal seguirá pressionada diante da desvalorização do real e da queda no preço do barril de petróleo.

    A Fitch é única das três grandes agências que ainda mantém a Petrobras como grau de investimento.

    O aumento da gasolina e do diesel faz com que as receitas da petroleira subam num momento de alta nos custos de importação – a Petrobras importa boa parte do combustível que distribui no mercado interno.

    Para a agência, contudo, o anúncio da alta na gasolina e no diesel foi apenas "marginalmente positivo", já que não compensará as perdas com a alta do dólar desde o último reajuste feito, em novembro do ano passado.

    Na avaliação de um executivo da estatal, que falou sob reserva, o mercado não entendeu o real impacto da medida nas contas da empresa.

    Ele afirmou que a decisão é significativa já que demonstra a independência da companhia para gerir seus principais negócios. Segundo ele, a nova diretoria havia afirmando que faria o movimento quando fosse necessário, mas o mercado "só acredita mesmo vendo".

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