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    Bancários anunciam greve em Brasília e Porto Alegre

    DE SÃO PAULO

    01/10/2015 18h20

    Edson Silva/Folhapress
    RIBEIRAO PRETO, SP, BRASIL, 30-09-2014: Agencia bancaria no centro de Ribeirão Preto com faixa de Greve. Bancários de Ribeirão Preto entram em greve e agências ficam fechads, com atendimento restrito aos caixas eletrônicos. ( Foto: Edson Silva/Folhapress) ***REGIONAIS***EXCLUSIVO***
    Agência bancária com adesivos indicativos de greve, no dia 30 de setembro do ano passado

    Os sindicatos dos bancários de Brasília, Porto Alegre, Santa Maria e Caxias do Sul decidiram, em assembleias realizadas na noite desta quarta-feira (30), entrar em greve a partir do dia 6 de outubro.

    A decisão ocorre depois de negociação com a federação dos bancos em que os bancários receberam uma proposta de 5,5% de reajuste nos salários com mais R$ 2.500 de abono fixo. A categoria pede reajuste salarial de 16%, sendo 5,6% de aumento real e 9,88% referentes à perda da inflação .

    Em São Paulo, uma assembleia dos bancários está marcada para esta quinta (1°) às 19h. A tendência é que a categoria recuse a proposta recebida pelos bancos e decida entrar em greve a partir do dia 6 de outubro.

    Pelos cálculos do Sindicato dos Bancários, a "perda real de 4%" significa que um bancário que recebe o salário médio da categoria iria perder no ano R$ 1.983 em relação a uma proposta que apenas cobrisse a inflação.

    Segundo Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e uma das coordenadoras do comando nacional, esse foi o pior índice oferecido pelos bancos desde 2004.

    "Perda real não é condizente com os resultados dos bancos, que tiveram lucro líquido de R$ 36,3 bilhões nos últimos seis meses. As instituições financeiras estão colocando a categoria em greve de forma irresponsável, ao mesmo tempo que cobram juros de mais de 400% no cartão de crédito, prejudicando toda a população", disse a sindicalista.

    São mais de 500 mil bancários no Brasil, sendo 142 mil representados pelo sindicato em São Paulo, Osasco e região.

    A categoria recebeu aumento real de 20,07% no período entre 2004 e 2014. No ano passado, foram 2,02% acima da inflação.

    ORIENTAÇÕES AO CONSUMIDOR

    De acordo com o Procon-SP, diante de um cenário de greve, o consumidor continua com a obrigação de pagar faturas, boletos bancários e demais cobranças, mas as empresas são obrigadas a oferecer outro local de pagamento.

    Para evitar a cobrança e o envio do nome a serviços de proteção ao crédito, a entidade recomenda que o consumidor entre em contato com a empresa e peça opções de formas e locais para pagamento, como internet, sede da empresa e casas lotéricas.

    O consumidor deve documentar o pedido para que, posteriormente, possa reclamar ao Procon-SP se o fornecedor não o atender.

    OPÇÕES

    Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), o consumidor tem à disposição vários canais alternativos para realizar transações financeiras. A tabela abaixo mostra as opções disponíveis.

    Editoria de Arte/Folhapress
    SAIBA COMO DRIBLAR A PARALISAÇÃO DOS BANCÁRIOS Confira os canais de atendimento disponíveis

    CAMPANHA SALARIAL

    Os bancários, com data-base em setembro, entregaram a pauta de reivindicações no dia 11 de agosto.

    Entre as principais reivindicações da campanha deste ano pedem

    > Reajuste Salarial de 16%, sendo 5,6% de aumento real, com inflação de 9,88% (INPC)

    > Participação nos Lucros e Resultados no valor de três salários mais R$ 7.246,82 fixos

    > Piso de acordo com salário mínimo do Dieese, de R$ 3.299,66

    > Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor do salário mínimo nacional (R$ 788);

    > 14º salário

    > Fim das demissões, ampliação das contratações, combate às terceirizações e à precarização das condições de trabalho

    > Fim das metas abusivas e do assédio moral

    > Mais segurança nas agências bancárias

    OUTRO LADO

    A FENABAN (Federação Nacional de Bancos) informou por nota que "a proposta visa compensar perdas decorrentes da inflação passada, sem contaminar os índices futuros, o que iria contra os esforços do governo para reequilibrar os fundamentos macroeconômicos".

    O documento destaca que a proposta da federação mantém o poder de compra médio da categoria nos últimos doze meses e que, desde 2004, houve um processo de aumento real dos salários dos bancários sem interrupção.

    "O reajuste de 5,5% está em linha com a expectativa de inflação para os próximos 12 meses. Índices acima das expectativas de inflação podem contribuir para maior dificuldade na queda dos índices inflacionários", informa a nota.

    Além do reajuste salarial, os bancários receberiam participação de 5% a 15% dos lucros dos bancos.

    De acordo com a FENABAN, essa fórmula de distribuição do lucro, aplicada, por exemplo, ao salário de um caixa bancário, de R$ 2.560,00, pode garantir o equivalente a até quatro salários.

    Os bancos ofereceriam ainda um abono de R$ 2.500 que seria distribuído igualmente para toda a categoria dos bancários sem ser incorporado aos salários.

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