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    Governo e indústria apostam em recuperação do mercado dos EUA

    ISABEL VERSIANI
    DE BRASÍLIA

    04/10/2015 02h00

    O governo e a indústria apostam no mercado norte-americano para que o valor das exportações brasileiras, há quatro anos em queda, volte a crescer em 2016.

    Com a China em desaceleração e a Argentina e a União Europeia em marcha lenta, trata-se do único grande parceiro comercial do Brasil com potencial de aumentar de forma mais expressiva sua demanda no médio prazo.

    Os Estados Unidos, que vivem uma recuperação do ritmo de crescimento, já absorvem a maior fatia dos produtos industrializados brasileiros. Neste ano, de um total de US$ 73,3 bilhões desse tipo de mercadoria exportada pelo Brasil, 18,7% foram absorvidas pelo mercado dos EUA.

    No ano, as vendas dos manufaturados para os EUA aumentaram 4,2% até setembro, enquanto para a Argentina, outro mercado forte para a indústria brasileira, houve queda de 6,6%. As exportações totais caíram 16,3%, para US$ 144,5 bilhões, menor valor desde 2009.

    "Os EUA têm sido sido nossa salvação", resume o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi. Ele destaca, entre os produtos que têm ganho espaço, as máquinas e equipamentos, peças automotivas e produtos químicos.

    REBOQUE AMERICANO - Recuperação dos EUA será determinante para crescimento das exportações brasileiras

    Para Abijaodi, o fôlego é importante porque, apesar do ganho de competitividade obtido pelo país com a desvalorização do real —que reduz o valor em dólares dos produtos brasileiros—, o cenário internacional e doméstico é desfavorável.

    As exportações brasileiras caem desde 2012, abaladas pelos preços das commodities, que sofrem os efeitos do esfriamento da economia chinesa; pelas dificuldades da Argentina e pela perda de competitividade dos produtos nacionais.

    Com o real até recentemente valorizado, o Brasil perdeu terreno no mercado global. Agora, com a reversão do cenário, a exportação passou a ser vista como principal motor potencial da atividade.

    REBOQUE AMERICANO - Recuperação dos EUA será determinante para crescimento das exportações brasileiras

    DESAFIOS

    O ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) diz não ter dúvidas de que as exportações brasileiras crescerão em valor em 2016.

    Além do aumento já observado nas vendas de produtos industrializados para os EUA neste ano, ele cita avanços em acordos de preferências tarifárias e na área automotiva, com países como México, Uruguai e Colômbia.

    Outros passos positivos, segundo ele, são os entendimentos para harmonizar normas técnicas e regulatórias com os principais parceiros comerciais.

    Também destaca que, em volume, as vendas de commodities têm crescido.

    "O Brasil está atuando de forma pragmática para abrir mercados, para melhorar as condições de acesso", afirma.

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