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    Greve dos bancários mira centros administrativos dos bancos

    CLAUDIA ROLLI
    VINICIUS PEREIRA
    DE SÃO PAULO

    07/10/2015 02h00

    Os bancários mudaram a estratégia da greve por tempo indeterminado, iniciada nesta terça-feira (6), e decidiram paralisar no primeiro dia não só as agências, como tradicionalmente ocorre, mas também os centros administrativos das principais instituições financeiras do país.

    O objetivo é atingir os negócios realizados pelos bancos nessas unidades, como atividades ligadas a tecnologia da informação, operações de câmbio e arrecadação, segundo afirmaram entidades que representam os 500 mil bancários do país.

    A Contraf (Conferação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro), ligada à CUT, informou que foram paralisados 35 centros administrativos e 6.251 agências de 20 Estados e do Distrito Federal. O número de funcionários nessas unidades não foi divulgado. O Brasil tem 23.110 agências em atividade, segundo o BC (Banco Central).

    RAIO-X DA GREVE NO BANCOS
    Conheça as reivindicações do bancários
    Banco na avenida Paulista
    NÚMERO DE BANCÁRIOS
    >>500 mil no Brasil; 142 mil representados pelo sindicato de SP
    O QUE QUEREM
    >>Reajuste de 16% (5,6% de aumento real)
    O QUE OFERECEM OS BANCOS
    >>5,5% de reajuste e R$ 2.500 de abono fixo
    REAJUSTE MAIS RECENTE
    >>2,02% acima da inflação, em 2014. Entre 2004 e 2014 o aumento real foi de 20,07%

    As instituições financeiras e a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) não divulgaram adesão à greve nem atividades afetadas.

    A Folha apurou que parte dos bancos notou a mudança de estratégia na greve deste ano —as instituições esperavam adesão maior nas agências e foram surpreendidas pelo movimento nos centros de negócios.

    Em São Paulo, o movimento teve adesão de 38 mil funcionários de 582 agências e 18 centros administrativos, segundo informou o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região (CUT).

    Foram afetados, segundo o sindicato de São Paulo, centros administrativos do Itaú, do Bradesco, do Santander e do Banco do Brasil.

    Nas regiões da avenida Paulista e central, visitadas pela Folha, havia filas para fazer saques, depósitos e pagar contas. As agências não estavam atendendo os clientes e os serviços tinham de ser feitos via caixa eletrônico.

    "No ano passado, o primeiro dia de greve envolveu 16 mil bancários de 626 agências. Neste ano, já são 38 mil, o que mostra a insatisfação com a proposta de 5,5% de reajuste feita pelos bancos, longe de repor a inflação", diz Juvandia Moreira, que preside o sindicato de São Paulo.

    ORIENTAÇÕES AO CONSUMIDOR

    De acordo com o Procon-SP, mesmo com a paralisação, o consumidor continua com a obrigação de pagar faturas, boletos bancários e cobranças, mas as empresas são obrigadas a oferecer outro local de pagamento.

    A entidade recomenda que o consumidor entre em contato com a empresa e peça opções de formas e locais para pagamento, como internet, sede da empresa e lotéricas.

    O consumidor deve documentar o pedido para que, posteriormente, possa reclamar ao Procon-SP se o fornecedor não o atender. Guarde os comprovantes de pagamento.

    Contas de água, luz e telefone podem ser pagas em casas lotéricas credenciadas.

    COMO DRIBLAR A GREVE

    Para que você possa se preparar, a Folha elaborou algumas dicas para driblar a paralisação. Confira abaixo:

    1 - Pagar conta

    O consumidor continua com a obrigação de pagar faturas, boletos bancários e demais contas, mas as empresas devem oferecer uma alternativa de pagamento, afirma Dori Boucault, advogado especialista em direitos do consumidor.

    Para evitar a cobrança e o envio do nome a serviços de proteção ao crédito, o consumidor deve entrar em contato com a empresa e pedir opções de formas e locais para pagamento, como internet, sede da empresa e casas lotéricas.

    O consumidor deve documentar o pedido para que, posteriormente, possa reclamar ao Procon-SP se o fornecedor não o atender. É preciso guardar os comprovantes de pagamento, para o caso de a empresa não acusar o recebimento do valor.

    2 - Sacar dinheiro

    Caixa eletrônico e terminais de autoatendimento 24 horas são alternativas para quem precisa sacar dinheiro. No entanto, os bancos estabelecem limites máximos de retirada por dia. No Bradesco, o valor varia de acordo com o dispositivo de segurança e vai de R$ 800 a R$ 2.000.

    Caixa e Banco do Brasil têm limite máximo de R$ 1.000.

    Correntistas da Caixa Econômica Federal também podem retirar dinheiro em casas lotéricas.

    3 - Desbloquear cartão

    O cliente pode fazer o desbloqueio do cartão nos terminais de autoatendimento localizados nas agências bancárias. Alguns bancos também permitem desbloquear pelo telefone e pela internet.

    4 - Cadastrar senhas

    Para utilizar os canais de atendimento na internet, é preciso cadastrar senha de acesso. Esse passo pode exigir uma etapa na internet e outra no terminal de autoatendimento.

    O cliente também terá que instalar dispositivos de segurança em seu computador.

    5 - Investir ou resgatar aplicações

    O investidor não deve ser muito afetado. O home broker (plataforma de negociações on-line) permite fazer investimentos ou resgates de aplicações. Além disso, há a opção de enviar pelo telefone ordens de compra e venda para a corretora.

    6 - Transferências

    Podem ser feitas pelo internet banking ou nos terminais de autoatendimento. Para valores elevados, é preciso cadastrar o destinatário do dinheiro. Alguns bancos exigem que isso seja feito na agência, mas outros permitem o uso do internet banking e do telefone.

    O valor mínimo para realizar uma TED (Transferência Eletrônica Disponível) é de R$ 250. Para DOC não há mínimo.

    7 - Depósitos

    O cliente pode efetuar depósitos nos terminais de autoatendimento localizados nas agências bancárias.

    Editoria de Arte/Folhapress

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