• Mercado

    Friday, 03-May-2024 14:02:09 -03

    Greve completa dois dias e cresce 40% no país, diz confederação de bancários

    CLAUDIA ROLLI
    DE SÃO PAULO

    07/10/2015 20h12

    A greve dos bancários entra nesta quinta-feira (8) em seu terceiro dia e atingiu 8.763 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados de todo o país ontem (quarta), segundo informa a Contraf-CUT.

    Se considerado o dado divulgado pela entidade na terça, o número representa aumento de 40% em relação à primeiro dia de movimento (6.251 agências). O Brasil tem 23.110 agências de acordo com o Banco Central.

    A paralisação ocorre em 26 Estados e no Distrito Federal para pedir reajuste de salarial de 16%. Os bancos ofereceram 5,5% de reajuste com R$ 2.500 de abono fixo, mas a proposta foi rejeitada.

    A Fenaban, federação que representa os bancos, não divulga o nível de adesão nem atividades afetadas pela greve.

    Em São Paulo, o sindicato informa ter paralisado 616 locais, sendo 23 centros administrativos e 593 agências. Na terça pararam 18 centros e 582 agências.

    A adesão passou de 38 mil funcionários para 50 mil, segundo informou o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.

    ESTRATÉGIA

    A estratégia definida para o movimento grevista deste ano —de atingir os centros administrativos dos bancos e não somente agências— foi mantida e ampliada.

    No segundo dia de greve, além de operações de câmbio, arrecadação e foram paralisados prédios onde funcionam call centers de alguns bancos, como o Santander. O banco não comenta.

    São 500 mil bancários em campanha salarial no país, sendo 142 mil representados pelo sindicato de São Paulo.

    Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT, diz que os bancários querem manter "o modelo de negociação que deu certo nos últimos onze anos, que é a reposição da inflação, mais ganho real".

    A proposta de reajuste feita pelos bancos é de 5,5% de reajuste, enquanto a inflação acumulada em 12 meses encerrados em é de 9,885 (INPC)

    "Os banqueiros querem voltar a um desenho com um índice menor que a inflação mais um abono. Esse formato, que traz redução de salário, foi derrotado nos anos 90. Isso é um retrocesso que não vamos admitir", disse o presidente da confederação.

    Em nota enviada na ocasião da aprovação da greve, na semana passada, a Fenaban (Federação Nacional de Bancos) informou que a proposta feita "visa compensar perdas decorrentes da inflação passada, sem contaminar os índices futuros, o que iria contra os esforços do governo para reequilibrar os fundamentos macroeconômicos".

    Destaca ainda que a proposta da federação mantém o poder de compra médio da categoria nos últimos doze meses e que, desde 2004, houve um processo de aumento real dos salários dos bancários sem interrupção.

    "O reajuste de 5,5% está em linha com a expectativa de inflação para os próximos 12 meses. Índices acima das expectativas de inflação podem contribuir para maior dificuldade na queda dos índices inflacionários", informa a nota.

    Além do reajuste salarial, os bancários receberiam participação de 5% a 15% dos lucros dos bancos. De acordo com os bancos, essa fórmula de distribuição do lucro, aplicada, por exemplo, ao salário de um caixa bancário, de R$ 2.560,00, pode garantir o equivalente a até quatro salários.

    Os bancos ofereceriam ainda um abono de R$ 2,5 mil que seria distribuído igualmente para toda a categoria dos bancários sem ser incorporado aos salários.

    GREVES ANTERIORES

    No ano passado, os bancários receberam aumento real (acima da inflação) de 2,02%, após uma greve de cinco dias.

    A categoria recebeu aumento real de 20,07% no período entre 2004 e 2014.

    A paralisação mais longa foi em 2004, quando a categoria parou por 30 dias.​

    -

    • AS REIVINDICAÇÕES DOS BANCÁRIOS

    > Reajuste Salarial de 16%, sendo 5,7% de aumento real, com inflação de 9,88% (INPC)

    > Participação nos Lucros e Resultados no valor de três salários mais R$ 7.246,82 fixos

    >Piso de acordo com salário mínimo do Dieese, de R$ 3.299,66

    >Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor do salário mínimo nacional (R$ 788);

    >14º salário

    >Fim das demissões, ampliação das contratações, combate às terceirizações e à precarização das condições de trabalho

    >Mais segurança nas agências bancárias

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024