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Sunday, 28-Apr-2024 10:08:46 -03Brasil e Venezuela estão em 'território negativo', diz diretora do FMI
MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL A LIMA (PERU)08/10/2015 13h39
A diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde, incluiu o Brasil no grupo dos países da América Latina com economias "em território negativo", ao lado da Venezuela e do Equador. Questionada sobre o declínio da região, que pela projeção do Fundo deve sofrer contração de 0,3% neste ano, ela disse que é preciso evitar generalizações.
"Cada país tem a sua história, seu caso específico e requer conselhos específicos. Mas há pelo menos dois países em território negativo em termos de crescimento, Venezuela e Brasil são os principais exemplos", disse Lagarde em entrevista coletiva em Lima, onde ocorre a reunião anual do FMI para discutir a economia global.
Pela projeção do FMI, o Brasil terá contração de 3% neste ano e a Venezuela de 10%.
REUNIÃO DO FMI Fundo discute economia global em Lima 'Crise política atrasa ajuste fiscal', diz presidente de Banco Central Fuga de capitais do país não assusta, afirma Joaquim Levy "A América Latina é um mosaico diverso de paíes. Se olharmos para Venezuela, Equador e Brasil, podemos tirar certas conclusões que não se aplicam de modo nenhum a economias como Chile, Colômbia, México e Paraguai", afirmou.
Ela mencionou como histórias de sucesso os países que adotaram "reformas que transformaram as economias", como Chile, Peru, Colômbia e México. "Produziram reformas muito fortes que vão transformar para melhor suas economias", afirmou. "O momento é um pouco difícil porque eles tem as reformas e ao mesmo tempo os preços das commodities estão mais baixos, mas os benefícios devem ser preservados".
São países que puxaram para cima a média de crescimento da região projetada pelo Fundo para este ano: Colômbia, com 2,5%, Peru, 2,4%, México, 2,3%, e Chile, 2,3%.
Lagarde celebrou o fato de a reunião anual do FMI ser realizada na Américas Latina pela primeira vez desde 1967 (a última foi no Rio de Janeiro) e ensaiou algumas palavras em espanhol. Questionada por um jornalista o que diria às pessoas que consideram o FMI um "demônio", ela disse que isso é coisa do passado.
"Se compararmos com 15 anos atrás, não é mais a velha América Latina e não é mais o velho FMI", disse Lagarde. Para ela, os países da região estão hoje em situação muito mais sólida em termos fiscais, em relação a suas reservas e às ferramentas que tem à sua disposição. A relação do FMI com a região hoje é muito mais de "parceria" do que de imposição de "receitas" para a política macroeconômica.
Lagarde indicou que está interessada em permanecer à frente do organismo. Seu mandato termina no meio do ano que vem. "Esta pode ser minha última reunião anual, mas também pode não ser. Fiz o melhor que pude, mas a decisão não cabe a mim", afirmou.
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