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    Dólar cai a R$ 3,73 com expectativa de aumento de juros nos EUA só em 2016

    DE SÃO PAULO

    09/10/2015 11h01

    A expectativa de aumento de juros nos Estados Unidos apenas em 2016 derruba a cotação do dólar sobre as principais moedas internacionais nesta sexta-feira (9). A medida retardaria uma saída de investimentos de países emergentes como o Brasil, aliviando a pressão sobre o câmbio.

    Às 12h22 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha desvalorização de 2,47% sobre o real, cotado em R$ 3,730 na venda. É, por ora, seu menor valor desde 1 de setembro, quando valia R$ 3,675. Na mínima, atingiu R$ 3,723.

    Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, recuava 1,63%, para R$ 3,732 —também é a cotação mais baixa em pouco mais de um mês. Mais cedo, atingiu mínima de R$ 3,725.

    Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar caía sobre 22. O real tinha a segunda maior valorização, atrás apenas da rupia indonésia. A divisa americana também perdia força em relação ao euro e ao franco suíço.

    A ata do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) divulgada na última quinta-feira indicou que a decisão de manter os juros inalterados em setembro foi pautada na expectativa de que a inflação naquele país deverá se manter abaixo da meta nos próximos anos.

    Com isso, as apostas para o início de um ciclo de aumento de juros nos EUA foram postergadas ao próximo ano. A alta da taxa deixaria os títulos do Tesouro americano mais atraentes do que aplicações em emergentes como o Brasil, considerados mais arriscados, causando uma fuga de capitais desses países e encarecendo o dólar.

    O Banco Central dará continuidade nesta sessão aos seus leilões diários para estender os vencimentos de contratos de swaps cambiais que estão previstos para o próximo mês. A operação equivale a uma venda futura de dólares.

    CRISE POLÍTICA

    Apesar do alívio externo, o noticiário brasileiro segue mantendo os investidores em alerta. Na véspera, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, asseguraram a investidores que o Brasil vai superar a crise política que ameaça a permanência da presidente Dilma Rousseff no cargo.

    O discurso de ambos, que participam de reunião anual do FMI (Fundo Monetário Internacional), no Peru, seguiu a decisão do TCU (Tribunal de Contas da União) de rejeitar, na quarta-feira, as contas do governo de 2014. Apesar de esperada, a medida ampliou a pressão pelo impeachment da presidente.

    Tombini reforçou que é preciso manter o nível atual da taxa básica de juros (Selic) "por um período suficientemente prolongado" para a inflação convergir para a meta do governo —de 4,5% ao ano com margem de dois pontos percentuais para cima ou para baixo— até o final de 2016.

    Mesmo assim, o mercado de juros futuros tinha alta na manhã desta sexta-feira na BM&FBovespa. O contrato de DI para janeiro de 2017 subia de 15,230% na última sessão para 15,410% às 12h22. Já o DI para janeiro de 2021 passava de 15,320% a 15,520%.

    AÇÕES EM ALTA

    No mercado de ações, o principal índice da Bolsa brasileira tinha alta pelo nono dia. O Ibovespa subia 0,32% às 12h, para 49.264 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 2,5 bilhões. Com este desempenho, o indicador caminhava para fechar sua segunda semana no azul.

    O movimento era estimulado pelo bom humor internacional, na esteira da ata do Fed. As principais Bolsas da Europa subiam mais de 0,5%, enquanto os mercados acionários de Nova York tinham leve valorização de 0,2%.

    As ações preferenciais da Vale, mais negociadas e sem direito a voto, ajudavam a sustentar o ganho do Ibovespa. Esses papéis subiam 1,44%, a R$ 16,17 cada um. Por outro lado, as preferenciais da Petrobras recuavam 0,57%, para R$ 8,70, após terem subido mais de 20% nos últimos oito pregões.

    Folhainvest

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