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    Membro do Fed diz que elevar juros nos EUA em 2015 'não é compromisso'

    DA REUTERS

    11/10/2015 12h46

    Yuri Gripas/Reuters
    Stanley Fischer, membro do banco central americano, fala sobre expectativa de aumento de juros nos EUA
    Stanley Fischer, membro do banco central americano, fala sobre expectativa de aumento de juros nos EUA

    O Federal Reserve (Fed, banco central americano) ainda está inclinado a aumentar as taxas de juros neste ano, mas isso é apenas "uma expectativa, e não um compromisso", afirmou o vice-presidente da autoridade monetária, Stanley Fischer. Ele disse ainda que há a possibilidade de o Fed mudar de ideia caso a economia global prejudique a recuperação americana.

    "Tanto o primeiro aumento na taxa de juros quanto qualquer ajuste subsequente nas metas de aumento da taxa vão depender fortemente de melhorias futuras na economia", disse Fischer a um grupo nos bastidores de um encontro do FMI (Fundo Monetário Internacional) no Peru.

    Ele afirmou que "incertezas consideráveis" rondam o cenário econômico americano, especialmente a queda nas exportações devido à desaceleração do crescimento global, o baixo investimento causado pela redução dos preços do petróleo e o que ele chamou de desaceleração "decepcionante" na geração de empregos nos EUA.

    Fischer disse que a economia dos EUA ainda está gerando empregos o suficiente para alcançar a meta de emprego estabelecida pelo Fed, e que a inflação deve eventualmente aumentar. Baseado nisso, ele afirmou que o banco central americano deve ser capaz de seguir o aumento da taxa inicialmente esperado para outubro ou dezembro.

    Ele também alertou que os Estados Unidos estão mais expostos do que nunca aos eventos externos e que as mudanças na China e em outros países forçaram o Fed a adiar o esperado aumento na taxa de juros em setembro.

    "Atualmente, nós não podemos antecipar que essas melhorias recentes na economia americana serão grandes o suficiente para terem efeito significativo nos rumos de nossa política", disse. "Dito isso, as informações recentes sobre emprego têm sido de alguma forma decepcionantes e, como sempre, nós estamos monitorando de perto as melhoras que poderão afetar nosso senso a respeito do cenário econômico e os riscos que o cercam."

    Fischer falou em evento paralelo ao encontro do FMI no qual alguns membros de bancos centrais pelo mundo tentaram encorajar o Fed a abandonar as incertezas e seguir adiante com o aumento na taxa de juros.

    Mas ele disse que as implicações de uma desaceleração global seriam sérias demais para serem ignoradas e não deixariam o Fed se comprometer demais com seus planos.

    Embora as incertezas sobre as reais intenções do Fed possam também prejudicar os mercados globais, Fischer disse que "permanecemos comprometidos a comunicar nossas intenções da maneira mais clara possível, mas não mais do que os fatos garantem".

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