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    Pet shops e salões de beleza invadem mercado de 'trucks'

    VINICIUS PEREIRA
    DE SÃO PAULO

    12/10/2015 02h00

    Karime Xavier/Folhapress
    Deborah Menezes, 44, em seu pet shop itinerante
    Deborah Menezes, 44, em seu pet shop itinerante

    Com o sucesso dos food trucks, outros setores tentam agora explorar o comércio sobre rodas. Donos de pet shops, salões de beleza e lojas de roupas vêm impulsionando esse setor. Em comum, eles têm a busca por um caminho que os leve para longe da crise e dos custos de um negócio tradicional.

    Prova do aumento da procura por esse modelo é o crescimento das receitas da indústria responsável por adaptar empreendimentos itinerantes. Até setembro, o faturamento cresceu cerca de 30% ante o mesmo período do ano passado, segundo empresas ouvidas pela Folha.

    "Hoje, o food truck ainda é o carro-chefe, mas os pet shops ocupam a segunda colocação entre os pedidos. Já produzimos lojas de roupas e de celular, floricultura e consultórios", diz Gislene Viana, sócia-diretora da FAG Brasil. Segundo ela, a empresa recebe 80 pedidos de orçamento por mês.

    Pensando em fugir do aluguel, a publicitária Deborah Menezes, 44, vendeu uma pizzaria e resolveu investir em um pet shop itinerante. Hoje, quase dois anos após a decisão, o CãoBeludo fatura cerca de R$ 100 mil por ano.

    "A rotina é maçante e trabalhamos até em dias chuvosos, mas parei de trabalhar aos finais de semana, como fazia na pizzaria. Nosso veículo já atende mais de 20 condomínios na Granja Viana [na Grande São Paulo]", diz.

    O preço da preparação do "truck" varia entre R$ 20 mil e R$ 130 mil, dependendo do tamanho do veículo. A adaptação, feita em cerca de 90 dias, inclui a colocação de gerador e de depósito de água, além da caracterização. O valor, porém, não inclui a compra do veículo.

    INVESTIMENTO

    Para a fabricante de "trucks" Future Inbox, a crise faz com que o modelo de negócio cresça no país. Demitidos procuram o negócio como alternativa para investir o FGTS.

    De acordo com Wilson Borges, consultor do Sebrae-SP, o aumento de custos fixos é outra razão para a alta na procura pelo comércio itinerante.

    "Aluguel, água, luz, telefone, impostos e custos trabalhistas vêm aumentando. Isso prejudica quem planejava abrir uma loja fixa", afirma.

    Segundo ele, há uma janela de oportunidade no segmento, principalmente fora da cidade de São Paulo. "Esse modelo de negócio está longe de ser só uma moda", diz.

    A franquia de serviços de estética Sóbrancelhas, que opera com lojas físicas em dez Estados, já analisa dez pedidos para "trucks". Eles funcionarão como pequenos salões de beleza itinerantes.

    "A busca por pontos comerciais para alugar é difícil. Agora no verão, o dono pode simplesmente pegar o truck e descer para o litoral, que tem fluxo grande de pessoas e poucas alternativas de serviços como esse", diz Luzia Costa, 35, dona da franquia.

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