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    Bancários mantêm greve e decidem fazer protesto com petroleiros

    CLAUDIA ROLLI
    VINICIUS PEREIRA
    DE SÃO PAULO

    13/10/2015 20h54

    Com o impasse nas negociações e sem nova proposta salarial dos bancos, os bancários decidiram manter, por tempo indeterminado, a greve que completou oito dias nesta terça-feira (13).

    Em São Paulo, houve recuo na greve se comparada a adesão em número de funcionários. Passou de 52 mil na sexta-feira para 24 mil nesta terça, segundo dados divulgados pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região. A entidade representa 142 mil trabalhadores.

    Se a comparação for feita com o número de agências, a paralisação cresceu. Passou de 677 agências na sexta para 851 nesta terça.

    Na região de Pinheiros, a reportagem verificou que cartazes com os dizeres "estamos em greve" foram retirados de agências e alguns delas funcionaram normalmente ou parcialmente.

    Segundo o sindicato, a paralisação avançou nas zonas norte e sul da capital e em Osasco. Na região leste, o alvo foi a superintendência regional da Caixa, que comanda mais de 68 agências na região e distribui metas, de acordo com a entidade.

    Divulgação/Sindicato dos Bancários de São Paulo
    Assembleia para definir rumos da greve reúne 600 bancários em SP
    Assembleia para definir rumos da greve reúne 600 bancários em SP

    MUDANÇA DE FOCO

    Ao ser iniciada na semana passada, a greve teve como estratégia paralisar os centros administrativos —locais que concentram maior número de funcionários e realizam atividades que afetam os negócios dos bancos, como operações de câmbio, tecnologia da informação e arrecadação.

    Na sexta, o sindicato de São Paulo informou que eram 23 centros afetados; nesta terça, são 5.

    Nesta semana, parece estar migrando para as agências.

    RAIO-X DA GREVE NO BANCOS
    Conheça as reivindicações do bancários
    Banco na avenida Paulista
    NÚMERO DE BANCÁRIOS
    >>500 mil no Brasil; 142 mil representados pelo sindicato de SP
    O QUE QUEREM
    >>Reajuste de 16% (5,6% de aumento real)
    O QUE OFERECEM OS BANCOS
    >>5,5% de reajuste e R$ 2.500 de abono fixo
    REAJUSTE MAIS RECENTE
    >>2,02% acima da inflação, em 2014. Entre 2004 e 2014 o aumento real foi de 20,07%

    Segundo a Contraf-CUT, confederação que representa os trabalhadores no país, são 11.437 agências paradas em 26 estados e no Distrito Federal. O Brasil tem 23.110 de acordo com o Banco Central.

    A Fenaban, federação dos bancos, não divulga adesão ao movimento nem atividades afetadas.

    "Estamos parando setores importantes, estratégicos, centenas de agências em segmentos importantes, inclusive alta renda. E vamos continuar", disse Juvandia Moreira, presidente do sindicato.

    Segundo Roberto von der Osten, a greve só "cessará diante da apresentação de uma proposta que respeite a categoria"

    Em São Paulo, uma assembleia com 600 bancários definiu os rumos da paralisação e a realização de um protesto em conjunto com os petroleiros, que também estão em campanha salarial.

    O ato será realizado na sexta-feira (16) na avenida Paulista, com concentração no vão livre do Masp a partir das 15h.

    Bancários e petroleiros têm reivindicações comuns nas campanhas deste ano - pedem aumento real para os salários, manutenção dos empregos, são contrários à sobrecarga no trabalho e à terceirização "fraudulenta da mão de obra".

    IMPASSE

    No dia 25 de setembro, a federação dos bancos ofereceu reajuste de 5,5% mais abono de R$ 2,5 mil aos bancários. Segundo o sindicato, a proposta é considerada "desrespeitosa" pela categoria.

    Desde então, as negociações foram interrompidas e nenhuma nova proposta foi apresentada.

    Os trabalhadores pedem 16% de reajuste salarial, incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real, além de participação nos lucros de salários no valor de três salários mais R$ 7.246,82 fixos.

    O comando nacional dos bancários, formado por dirigentes de diversas regiões do país, vai se reunir nesta quarta-feira, em São Paulo, para avaliar a campanha e definir os próximos passos do movimento.

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