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    Dólar comercial cai com expectativa de aumento de juros nos EUA só em 2016

    DE SÃO PAULO

    14/10/2015 12h51

    Nacho Doce - 6.ago.2015/Reuters
    Mulher segura nota de "dólar de Itu", no interior de São Paulo
    Mulher segura nota de "dólar de Itu", no interior de São Paulo

    Dados aquém do esperado nos Estados Unidos e na China voltaram a reforçar a expectativa de aumento de juros nos Estados Unidos apenas no próximo ano, o que ajuda o dólar comercial —utilizado em transações de comércio exterior— a cair sobre o real nesta quarta-feira (14).

    Às 12h50 (de Brasília), o dólar comercial cedia 0,97%, para R$ 3,856 na venda. A moeda devolvia parte da forte alta de mais de 3% registrada na véspera. No mesmo horário, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha valorização de 0,21%, também para R$ 3,856.

    Nos Estados Unidos, o índice de preços ao produtor (PPI) ficou negativo em 0,5% em setembro, ante expectativa de queda de 0,2%. Além disso, as vendas do varejo americano cresceram 0,1% no mês passado, ante projeção de 0,2%.

    Os dados mais fracos que o esperado reforçaram apostas de que os juros nos Estados Unidos começarão a subir apenas em 2016, embora membros do Federal Reserve (banco central americano) vejam possibilidade de um aumento ainda neste ano.

    A alta da taxa de juros dos EUA —que está próxima de zero desde 2008 para estimular a economia após a crise— deve provocar uma saída de recursos hoje aplicados em mercados emergentes, como o Brasil, encarecendo o dólar. Por isso o câmbio reage com alívio à expectativa de que demorará mais para o Fed começar a subir os juros americanos.

    Dados fracos vindos da economia da China também corroboraram esta avaliação, uma vez que o Fed já demonstrou estar monitorando a crise global —em especial a desaceleração da China— para tomar decisões sobre sua taxa de juros.

    Foi divulgado nesta quarta-feira que o Índice de Preços ao Consumidor da China desacelerou para 1,6% em setembro. Um ano antes, estava em 2%. Já o Índice de Preços ao Produtor chinês se manteve em deflação de 5,9% —é o quadragésimo terceiro resultado negativo consecutivo no PPI da China.

    No mercado de juros futuros, as taxas de curto prazo caíam, enquanto as de longo prazo tinham alta, às 12h50, na BM&FBovespa. O DI para janeiro de 2016 cedia de 14,370% para 14,350%. Já o contrato para janeiro de 2021 apontava taxa de 16,020%, ante 15,940% na sessão anterior.

    AÇÕES EM QUEDA

    No mercado de ações, o principal índice da Bolsa brasileira acompanhava o mau humor externo e operava no vermelho. O Ibovespa tinha desvalorização de 0,46% às 12h50, para 47.146 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 3,6 bilhões.

    No exterior, os índices acionários da Europa mostravam desvalorizações de mais de 0,5%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones perdia 0,60%, enquanto o Standard & Poor's 500 recuava 0,27% e o Nasdaq, 0,24%.

    Os dados negativos divulgados nos EUA e na China nesta sessão trouxeram instabilidade aos preços das commodities, o que afetou negativamente as ações de importantes companhias nas Bolsas do mundo inteiro, segundo analistas.

    Além da pressão externa, internamente os investidores digerem a queda de 0,9% nas vendas no varejo brasileiro na passagem de julho para agosto, na série livre de efeitos sazonais (como o número de dias úteis). Foi o sétimo mês consecutivo de queda do indicador.

    As ações preferenciais da Petrobras, mais negociadas e sem direito a voto, perdiam 1,72%, para R$ 7,99 cada uma, e pressionavam o Ibovespa. Os bancos, setor com maior peso dentro do índice, também empurravam o Ibovespa para baixo. O Itaú tinha baixa de 0,57%, enquanto o Bradesco recuava 0,22%.

    Na contramão, os papéis preferenciais da Vale tinham ganho de 1,13%, para R$ 15,15 cada um. Já os ordinários, com direito a voto, mostravam valorização de 1,07%, a R$ 18,78.

    Folhainvest

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