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    Dólar cai a R$ 3,81 com expectativa de aumento de juros nos EUA só em 2016

    DE SÃO PAULO

    14/10/2015 17h54

    Nacho Doce - 6.ago.2015/Reuters
    Mulher segura nota de "dólar de Itu", no interior de São Paulo
    Mulher segura nota de "dólar de Itu", no interior de São Paulo

    Dados aquém do esperado nos Estados Unidos e na China voltaram a reforçar a expectativa de que o aumento dos juros americanos será apenas no próximo ano, o que ajudou o dólar a cair nesta quarta-feira (14).

    O dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, cedeu 2,08%, para R$ 3,813 na venda. A moeda devolveu parte da forte alta de mais de 3% registrada na véspera. Já o dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve desvalorização de 0,19%, para R$ 3,841.

    Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar recuou sobre 18 delas. A moeda americana também se enfraqueceu sobre nove das dez divisas mais importantes do globo, entre elas a libra, o euro e o franco suíço. A exceção foi o dólar australiano.

    Nos Estados Unidos, o índice de preços ao produtor (PPI) ficou negativo em 0,5% em setembro, ante expectativa de queda de 0,2%. Além disso, as vendas do varejo americano cresceram 0,1% no mês passado, ante projeção de 0,2%.

    Os dados mais fracos que o esperado reforçaram apostas de que os juros nos Estados Unidos começarão a subir apenas em 2016, embora membros do Federal Reserve (banco central americano) vejam possibilidade de um aumento ainda neste ano.

    Divulgado nesta tarde, o Livro Bege do Fed enfatizou que a alta do dólar tem afetado negativamente as empresas americanas, segundo relatos da indústria à autoridade, o que corroborou a expectativa de manutenção dos juros nos EUA por ora.

    A alta da taxa de juros dos EUA —que está próxima de zero desde 2008 para estimular a economia após a crise— provocará uma saída de recursos hoje aplicados em mercados emergentes, como o Brasil, encarecendo o dólar. Por isso o câmbio reage com alívio à expectativa de que demorará mais para o Fed começar a subir os juros.

    Dados fracos vindos da economia da China também alimentaram esta avaliação, uma vez que o Fed já demonstrou estar monitorando a crise global —em especial a desaceleração chinesa— para tomar decisões sobre juros.

    Foi divulgado nesta quarta-feira que o Índice de Preços ao Consumidor da China desacelerou para 1,6% em setembro. Um ano antes, estava em 2%. Já o Índice de Preços ao Produtor chinês se manteve em deflação de 5,9% —é o quadragésimo terceiro resultado negativo consecutivo no PPI.

    No mercado de juros futuros, as taxas de curto prazo caíram, enquanto as de longo prazo tiveram alta na BM&FBovespa. O DI para janeiro de 2016 cedeu de 14,370% para 14,350%. Já o contrato para janeiro de 2022 apontou taxa de 15,934%, ante 15,917% na sessão anterior.

    AÇÕES EM QUEDA

    No mercado de ações, o principal índice da Bolsa brasileira acompanhou o mau humor externo e fechou no vermelho. O Ibovespa teve desvalorização de 1,38%, para 46.710 pontos.

    O volume financeiro foi de R$ 9,343 bilhões —acima da média diária do mês, de R$ 7,4 bilhões. O montante foi estimulado pelo vencimento de opções sobre Ibovespa e índice futuro (quando chegam ao fim o prazo de contratos que apostam na pontuação futura desses ativos).

    No exterior, os índices acionários da Europa mostraram desvalorizações de mais de 0,7%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones perdeu 0,92%, enquanto o Standard & Poor's 500 recuou 0,47% e o Nasdaq, 0,29%.

    Os dados negativos divulgados nos EUA e na China nesta sessão trouxeram instabilidade aos preços das commodities, o que afetou negativamente as ações de importantes companhias nas Bolsas do mundo inteiro.

    Além da pressão externa, internamente os investidores digeriram a queda de 0,9% nas vendas no varejo brasileiro na passagem de julho para agosto, na série livre de efeitos sazonais (como o número de dias úteis). Foi o sétimo mês consecutivo de queda do indicador.

    As ações preferenciais da Petrobras, mais negociadas e sem direito a voto, perderam 2,09%, para R$ 7,96 cada uma, e pressionaram o Ibovespa. Os bancos, setor com maior peso dentro do índice, também empurraram o Ibovespa para baixo. O Itaú teve baixa de 0,93%, enquanto o Bradesco recuou 0,53%.

    Na contramão, os papéis preferenciais da Vale tiveram ganho de 1,34%, para R$ 15,18 cada um. Já os ordinários, com direito a voto, mostraram valorização de 0,65%, a R$ 18,70.

    Folhainvest

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