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    Mesmo com dólar alto, consumo de cervejas importadas continua

    FERNANDA PERRIN
    DE SÃO PAULO

    18/10/2015 02h00

    As cervejas importadas vieram para ficar -nem o dólar acima dos R$ 4 desanimou a clientela das casas especializadas em marcas estrangeiras. Entre janeiro e setembro de 2015, entraram no Brasil 41 milhões de litros da bebida, um aumento de 13,8% em relação a 2014.

    "Nossa atividade tem muita sorte porque, mesmo na crise, ninguém para de beber", diz Paulo Almeida, dono do Empório Alto dos Pinheiros, loja com mais de 500 rótulos estrangeiros.

    Há interessados até na britânica Brewdog Sink The Bismarck, que impressiona tanto pelo valor (R$ 1.100 a garrafa de 375 ml) quanto pelo teor alcoólico (41%).

    Para manter a atratividade entre bebedores mais econômicos, Almeida investe em eventos, como lançamento de cervejas, e publicidade nas redes sociais.

    Diego Padgurschi/Folhapress
    SABO PAULO, SP, BRASIL - 06-10-2015: Retrato de Paulo Almeida, dono do Emporio Alto de Pinheiros, no bar. Impacto da alta do dólar nas empresas que trabalham com rótulos importados - (Diego Padgurschi /Folhapress - (MPME Especial Cerveja) ) ***EXCLUSIVO***
    O empresário Paulo Almeida no Empório Alto dos Pinheiros, em São Paulo

    Já no Delirium Café São Paulo, aberto há um ano, todo o aumento de custos com importação está sendo absorvido pelo negócio para não ser repassado aos clientes. Algumas cervejas chegam a ser vendidas a preço de custo, diz José Vessoni, 56, um dos sócios da casa.

    Para contornar o problema, o bar investe em marcas especiais do Brasil. Hoje, 8 das 24 torneiras de chopp servem produtos nacionais -inicialmente, eram apenas 2.

    O esforço está valendo a pena. A média de 5.000 clientes por mês continua estável, fisgada também por shows de música e promoções.

    No pub irlandês O'Malley's, a elevação de 60% das despesas registrada neste ano (fruto da combinação de alta do dólar e aumento de tributos) não chegou ao bolso do consumidor, afirma o dono, Ali Visserman, 58.

    Assim, o dinheiro gasto em média por cliente no bar caiu apenas 3%. "Em vez de tomar quatro importadas, ele toma uma e depois bebe nacionais", diz Visserman.

    Já a rede de franquias Mr. Beer conseguiu "pendurar" as contas. O presidente Fabiano Wohlers, 37, fez um acordo com os fornecedores para só pagar pelo produto quando o câmbio estiver mais favorável.

    O aumento de custos sentido até agora foi absorvido pela empresa. Da alta de 38% sofrida, apenas 9,5% podem ser repassados ao consumidor final, com o reajuste da tabela de preços, em 1º de novembro. "O mercado, independentemente do câmbio, está crescendo. Não há motivo para desespero", avalia Wohlers.

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