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    Empresas aproveitam alta da cerveja para lançar bebida até para animais

    BÁRBARA LIBÓRIO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    18/10/2015 02h00

    Adriano Vizoni/Folhapress
    SAO PAULO- SP - BRASIL, 16-09-2015, 16h20: MPME - CERVEJA. Retrato de Lucas, proprietario da primeira fabrica a produzir cerveja para cachorros. (Foto: Adriano Vizoni/Folhapress, MERCADO) ***EXCLUSIVO FSP***
    Buldogue francês na fábrica da Dog Beer, que produz cerveja para cachorros em São Paulo

    Para disputar espaço em um mercado que cresce 25% a cada ano, empreendedores investem em ingredientes -e públicos- diferentes para suas cervejas artesanais.

    Os sócios Rodrigo Vargas e Anselmo Pinto, aproveitaram o furrundu, doce típico de Cuiabá (MT) feito com mamão, rapadura e gengibre, para elaborar a Benedita, lançada em fevereiro passado.

    O objetivo era vender os primeiros 3.000 litros em um ano, mas, em sete meses, a terceira leva já está na fase de pré-produção. A garrafa custa cerca de R$ 20.

    Vargas explica que a Benedita começou como um hobby e ganhou escala comercial em dezembro de 2014.

    Os sócios não revelam o faturamento, mas dizem esperar uma maior estabilidade no negócio antes de se dedicarem exclusivamente a ele.

    Enquanto isso, os empresários terceirizaram a produção da Benedita em uma cervejaria de Ribeirão Preto (SP).

    O transporte, contudo, fica a cargo da dupla. "Nós levamos até lá mais de 60 quilos de furrundu por leva e depois trazemos toda a produção para Cuiabá", diz Vargas.

    O ingrediente também é o diferencial da Folhas de Oliva, que produz uma cerveja com folhas de oliveira, vendida por R$ 22 (300 ml).

    O dono da empresa, Cosmo Pacetta, 52, investiu R$ 100 mil para produzir o rótulo.

    "Há uma curiosidade em torno do produto. As pessoas acham que vai ter gosto de azeite e azeitona, mas não. A folha da oliveira é bem amarga e é isso que aproveitamos", diz Pacetta.

    Atualmente, a produção da bebida é de 10 mil litros por mês, mas a expectativa é que ela dobre até o próximo ano.

    Já Maurício Luís, 41, preferiu focar no mercado de luxo. Ele importa a belga Golden Queen Bee, que inclui flocos de ouro 24 quilates e é vendida a R$ 279 (750 ml).

    "Ela disputa espaço com vinhos e champanhes", diz Luís, proprietário da importadora Meara.

    "Em 2006, nós éramos um comércio eletrônico de cervejas especiais. Mas os importadores não traziam os rótulos com frequência. Foi então que, em 2008, nos transformamos em uma importadora", explica.

    Hoje, são mais de 65 rótulos da Bélgica e da Alemanha. "A volatilidade do euro tem atrapalhado bastante. Mas o mercado brasileiro ainda tem muito a crescer. Perto dos EUA, somos pequenos", diz.

    PARA CÃES E GATOS

    O empreendedor Lucas Marques, 35, decidiu investir não apenas na fórmula mas também em um público diferente para a bebida.

    Ele é o proprietário da primeira cervejaria artesanal para animais de estimação no Brasil, a Dog Beer.

    "A receita foi inventada há quatro anos. Queria algo que aproximasse o cão da família, e o brasileiro tem muito costume de beber cerveja", conta Marques, que já era proprietário de uma distribuidora de produtos para pets.

    Segundo o empresário, a bebida é feita de água e malte, mas não passa por alguns processos comuns às cervejas, como a fermentação. Ela não tem gás nem álcool e leva ainda extrato de carne ou frango.

    A capacidade de produção é de 10 mil garrafas por dia. Cada uma, com 355 ml, é vendida por R$ 9,99 no site.

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