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    Crise chegou ao setor de medicamentos no mês de agosto

    JOANA CUNHA
    DE SÃO PAULO

    19/10/2015 02h00

    O setor de medicamentos é historicamente um dos últimos a sofrer os impactos de crises econômicas, mas a sua resiliência começa a dar sinais de fraqueza.

    Agosto foi o mês que marcou a chegada da crise aos produtos farmacêuticos, segundo Natanael Costa, presidente do Sincofarma-SP (sindicato dos varejistas).

    "No primeiro semestre estávamos com uma situação confortável em relação aos outros segmentos do comércio", afirma Costa.

    Unidades vendidas recuaram em agosto - Unidades, em mil

    Sergio Barreto, presidente da Abrafarma, entidade que reúne as grandes redes, não divulga o histórico das vendas das farmácias no ano, mas diz que agosto foi mais fraco para os medicamentos.

    A queda nas unidades vendidas pela indústria para distribuidores e varejistas foi de cerca de 5% em agosto ante julho, desempenho incomum para o mês, de acordo com os fabricantes.

    Outra queda mensal havia acontecido em abril, mas ela é considerada sazonal, devido à antecipação de compras por parte do varejo em março para aproveitar os preços anteriores ao reajuste anual liberado pelo governo.

    "Nosso setor é o último a entrar e o primeiro a sair das crises. Mas o impacto do dólar é muito forte porque a maior parte da matéria-prima é importada", diz Geraldo Monteiro, diretor da Abradilan, associação de distribuição e logística do setor.

    Variações mensais nos preços dos remédios em 2015 - Em %

    Uma possível consequência da atual pressão sobre os custos é a retirada dos investimentos em pesquisa, segundo Reginaldo Arcuri, presidente da FarmaBrasil, que reúne fabricantes brasileiros.

    "Não é só o dólar. São muitos choques, como o combustível para transportar mercadoria, a energia, a revisão na desoneração da folha de pagamento etc.", diz Arcuri.

    "Já estamos vendo redução nos gastos de marketing. Os investimentos em pesquisa ainda não começaram a ser cortados porque não podem ser descontinuados imediatamente, mas pode vir um corte de até 60% neles se a situação não mudar."

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