• Mercado

    Saturday, 18-May-2024 02:24:55 -03

    Para analista, 'Chinzila', conexão de Brasil e China, é ameaça global

    DE SÃO PAULO

    20/10/2015 02h00

    Kim Kyung-Hoon/Reuters
    A Chinese national flag flutters at a construction site for a new residence complex in Beijing in this November 4, 2013 file photo. As China's property bubble shows signs of deflating in some areas - in peripheral neighbourhoods in lower-tier cities - privately held developers are falling by the wayside, victims of a toxic combination of unjustified optimism about the property market and sky-high interest rates. Chinese home price inflation fell for a second straight month in February, following government policy curbs aimed at cooling what has been a red-hot market. To match ANALYSIS CHINA-REALESTATE REUTERS/Kim Kyung-Hoon/Files (CHINA - Tags: POLITICS REAL ESTATE BUSINESS CONSTRUCTION) ORG XMIT: PEK101
    Governo chinês confirma desaquecimento da economia e revisa para baixo crescimento do PIB (04/11/2013)

    "Chinzila", interação entre Brasil e China admirada no passado, tornou-se a maior ameaça à economia mundial, argumenta o estrategista mundial da Moore Europe Capital Management, Gene Frieda, em artigo no jornal britânico "Financial Times".

    Segundo ele, o impacto da desaceleração chinesa nos preços das commodities "transformou pequenas fissuras financeiras em linhas de ruptura sísmicas" nos mercados emergentes.

    "Sem administração e coordenação cuidadosas, é possível que essas fissuras se tornem sistêmicas, e o yuan chinês pode se tornar o catalisador", escreve Frieda.

    EFEITO CHINÊS - Variação do PIB da China ante igual trimestre do ano anterior, em %

    Especialista em políticas econômicas globais, o economista afirma que a queda recente das Bolsas chinesas e a desvalorização cambial "mal conduzida" mostram que as autoridades chinesas superestimaram seu grau de controle sobre a economia.

    "O Brasil, o beneficiário mais proeminente da ascensão chinesa, também foi o mais prejudicado pelo enfraquecimento subsequente. Com o impasse político impedindo redução significativa do deficit, o país subitamente vê a dinâmica de sua dívida em trajetória explosiva."

    CONTAS CORRENTES

    Frieda afirma que a única saída para evitar um agravamento da economia brasileira é que as contas correntes se ajustem o suficiente para lidar com saídas de capital anormalmente grandes.

    "A única solução é uma forte desvalorização cambial e aperto monetário que, em primeira instância, exacerbará a pressão pela redução do endividamento e o prejuízo com transações de crédito."

    Para isso, seria importante que a China se recuperasse por meio de "um forte estímulo fiscal do governo central orientado ao consumo e não à infraestrutura e reformas no mecanismo de intermediação de crédito e na previdência social", consideradas politicamente difíceis.

    "A pressão por desvalorização do yuan é um efeito colateral dos erros cometidos nas políticas do passado. Permitir que essa pressão escape (...) causará uma onda de deflação no planeta."

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024