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    Força Sindical leva dragão gigante à Paulista para protestar contra juros

    DE SÃO PAULO

    20/10/2015 12h54

    J.Duran Machfee/Folhapress
    Manifestantes e sindicalistas levam um dragão simbolizando a inflação durante protesto na avenida Paulista, em SP
    Sindicalistas levam dragão inflável durante protesto na avenida Paulista, em SP

    A Força Sindical foi à avenida Paulista na manhã desta terça-feira (20) para protestar contra a taxa de juros do governo. Para a ocasião, o movimento encomendou um dragão inflável, de 13 metros de altura, para expor em frente ao Banco Central.

    O dragão tem três cabeças, que representam a inflação, o desemprego e os juros altos. Segundo os sindicalistas, a intenção é alertar sobre a tríade que forma o "pesadelo do povo".

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    Devido ao tamanho e ao peso —de acordo com a organização é maior do que o "Pixuleko"—, o dragão de 13 metros de altura e aproximadamente 90 quilos foi colocado sobre um carrinho motorizado, para que se movimentasse na calçada do Banco Central.

    A intenção é levar, nas próximas semanas, o dragão para outras capitais.

    A manifestação ocorre no primeiro dia da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que decide nesta quarta (21) como fica a taxa básica de juros (Selic) nos próximos 45 dias.

    ANALISTAS E O MERCADO

    Apesar das pressões por mudanças na política econômica atual, o Banco Central deve manter a taxa básica de juros (Selic) nos atuais 14,25% ao ano até, pelo menos, o fim do primeiro semestre de 2016, de acordo com os economistas consultados na pesquisa semanal Focus.

    Para a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que começa nesta terça-feira (20) e termina na quarta-feira (21), a perspectiva de manutenção da taxa básica é praticamente uma unanimidade. Ninguém aposta em corte, e são poucos os economistas consultados que projetam aumento.

    Na avaliação do mercado, a ação isolada do BC é necessária para evitar um aumento ainda maior da inflação, mas não é suficiente para colocar o IPCA na meta de 4,5% antes de 2019. Até mesmo as estimativas para 2017 e 2018 já se distanciaram desse valor e estão em torno de 5%.

    Taxa básica de juros (Selic)

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    A taxa de juros é o instrumento utilizado pelo BC (Banco Central) para manter a inflação sob controle ou para estimular a economia.

    Se os juros caem muito, a população tem maior acesso ao crédito e, assim, pode consumir mais. Esse aumento da demanda pode pressionar os preços caso a indústria não esteja preparada para atender um consumo maior.

    Por outro lado, se os juros sobem, a autoridade monetária inibe consumo e investimento —que ficam mais caros—, a economia desacelera e evita-se que os preços subam, ou seja, que haja inflação.

    Com a alta da taxa básica de juros (Selic), o BC aumenta a atratividade das aplicações em títulos da dívida pública. Assim, começa a "faltar" dinheiro no mercado financeiro para viabilizar investimentos que tenham retorno maior que o pago pelo governo. Se a taxa cai, ocorre o inverso.

    É por isso que os empresários pedem cortes nas taxas: para viabilizar investimentos, ainda mais em tempos de economia fraca, como agora. Nos mercados, reduções da taxa de juros viabilizam normalmente migração de recursos da renda fixa para a Bolsa de Valores.

    Em um cenário normal, é também por esse motivo que as Bolsas sobem nos Estados Unidos ao menor sinal do Federal Reserve (BC dos EUA) de que os juros possam cair.

    Quando o juro sobe, acontece o inverso. O investimento em dívida absorve o dinheiro que serviria para financiar o setor produtivo.

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