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    Amazon critica reportagem do "NYT" sobre práticas trabalhistas da empresa

    DO "FINANCIAL TIMES"

    21/10/2015 02h00

    A Amazon lançou um ataque ao "New York Times", dois meses depois que o jornal publicou uma reportagem negativa sobre a cultura empresarial da companhia.

    A refutação, publicada na plataforma Medium por Jay Carney, porta-voz da empresa e que foi porta-voz da Casa Branca no governo Barack Obama, afirma que os jornalistas do "New York Times" não checaram os relatos de diversos antigos funcionários da companhia que são parte da reportagem.

    O artigo deflagrou um debate intenso sobre as práticas trabalhistas da Amazon.

    Dean Baquet, editor-executivo do "New York Times", publicou, também no Medium, uma longa resposta e reiterou sua confiança na reportagem do jornal, afirmando que as inúmeras respostas recebidas não "deixam dúvida de que o retrato publicado era acurado".

    "Eu devo apontar para o fato de que você me disse sempre ter presumido que a reportagem seria dura, e por isso é difícil aceitar que a Amazon estivesse esperando outra coisa", ele acrescentou.

    Jeff Bezos, fundador e presidente-executivo da Amazon, respondeu ao artigo original com um e-mail aos seus funcionários afirmando que não toleraria as práticas "chocantemente insensíveis" que o texto descrevia.

    Sajjad Hussain/AFP
    Jeff Bezos, fundador e presidente-executivo da Amazon
    Jeff Bezos, fundador e presidente-executivo da Amazon

    A companhia já havia sido criticada no passado pelo tratamento aos funcionários de seus armazéns. Também se viu envolvida em conflitos com editoras de livros sobre definição de preços para livros eletrônicos.

    Na semana passada, Bezos perdeu muitas posições no ranking dos principais presidentes-executivos do planeta publicado pela revista de gestão "Harvard Business Review", que decidiu levar em conta o desempenho da empresa nas questões ambientais, sociais e de governança.

    Ele caiu do primeiro lugar para o 87º.

    A reportagem do "New York Times" tinha como foco executivos e trabalhadores de colarinho branco e descrevia de que forma esse tipo de funcionário era afetado pela obsessão da Amazon com dados. Também informou que a empresa demitia as pessoas com mais baixo desempenho em cada uma de suas equipes de trabalho.

    Carney afirmou que um dos antigos funcionários citados na reportagem havia deixado a empresa depois de ser acusado de delitos.

    Baquet respondeu: "Se soubéssemos que o status dele estava sob contestação, teríamos publicado a informação".

    Ele acrescentou que as questões da Amazon sobre a credibilidade de diversas das fontes citadas nominalmente na reportagem "não contradiziam o que os antigos funcionários haviam declarado em nossa reportagem. Em lugar disso, você em geral afirma que não havia registro daquilo que esses trabalhadores descreveram".

    MAIS CONTEXTO

    A editora pública (ombudsman) do "New York Times" havia escrito anteriormente que o artigo original poderia ter oferecido mais contexto. "As provas contra a Amazon, embora fortes, são todas de oitiva e não baseadas em dados", escreveu Margaret Sullivan.

    No artigo no Medium, Baquet enfatizou que os repórteres do "New York Times" conversaram com mais de uma centena de atuais e antigos funcionários, de diversos escalões e divisões, em prazo de muitos meses.

    "Além disso, conversamos com pessoas de fora da empresa que interagem com o pessoal da Amazon –recrutadores, pessoal de empresas de tecnologia, advogados trabalhistas– e ouvimos seus relatos", completou.

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