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    Desemprego fica estável em 7,6% em setembro em 6 regiões metropolitanas

    LUCAS VETTORAZZO
    DO RIO

    22/10/2015 09h43 - Atualizado às 11h28

    Após oito meses de altas consecutivas, o desemprego nas seis maiores regiões metropolitanas do país (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre e Salvador) ficou estável em 7,6% em setembro, apontou a PME (Pesquisa Mensal de Emprego), divulgada nesta quinta-feira (22) pelo IBGE.

    Porém, agravado pela deterioração da situação econômica, o desemprego acelerou em relação ao verificado em setembro do ano passado, quando a taxa esteve em 4,9%.

    O valor fica em linha com a expectativa de economistas consultados pela agência internacional Bloomberg, que esperava uma taxa de 7,8% para o mês.

    Em agosto deste ano, a taxa havia batido o mesmo patamar da divulgada nesta quinta, de 7,6%. Foi a maior taxa para o mês de setembro desde 2009, quando esteve em 7,7%.

    Desemprego - Taxa de desocupação, em %

    DESEMPREGO EM SP

    Em relação a agosto, a taxa de desemprego em São Paulo caiu de 8,1% para 7,3%. Belo Horizonte também teve recuo da taxa– era 6,7% e passou para 5,9% no mês seguinte.

    Na outra ponta, Rio de Janeiro registrou a maior aceleração da taxa de desemprego, que subiu de 5,1% em agosto para 6,3% em setembro. Nas demais regiões houve certa estabilidade, com a taxas variando entre 0,3 e 0,6 ponto percentual.

    Emprego nas regiões - Desocupação nas seis regiões pesquisadas, em %

    MAIS PROCURA, MENOS VAGAS

    A dinâmica do mercado de trabalho se repete ao longo do ano: mais pessoas buscam trabalho enquanto há queda na geração de vagas. Houve variações em números absolutos, mas não suficientes para ter impacto estatístico.

    Pessoas demitidas ou que decidiram buscar o primeiro emprego encontram um mercado fechado a novas oportunidades e pressionam o indicador para cima, uma dinâmica que tem se repetido desde o começo do ano.

    A baixa confiança dos empresários na economia, atrelada aos juros altos, crédito restrito e perspectiva de queda do PIB contribui para o cenário negativo.

    "Em 2014, não havia essa pressão no mercado de trabalho porque menos pessoas estão em busca de oportunidade. Esse crescimento da procura pode estar relacionada à redução da renda e o fato de setores estarem dispensando trabalhadores", afirmou Adriana Beringuy, coordenadora da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

    DESOCUPADOS

    O país encerrou setembro com 1,8 milhão de pessoas desocupadas, que são os desempregados que estão na fila por emprego.

    Esse montante cresceu, no intervalo de um ano, em 56,6%, com 670 mil novas pessoas dando entrada nessa condição.

    Na comparação de setembro com agosto, houve estabilidade -4.000 pessoas deixaram a fila do emprego, o que representou leve alta, de 0,2%, mas não suficiente para reverter a tendência.

    O número de pessoas ocupadas em empregos formais e informais em setembro atingiu 22,6 milhões, queda de 1,8% em relação ao apurado em igual período do ano passado.

    No intervalo de um ano, 420 mil postos de trabalho foram fechados. Na passagem de agosto para setembro, houve corte de 41 mil vagas de trabalho.

    A PME investiga as seis principais regiões metropolitanas do país e é menos abrangente que a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), cujo levantamento ocorre em todos os estados da federação.

    Rendimento real habitual - Em R$

    INDÚSTRIA FECHOU MAIS VAGAS

    Os setores que acumulam os maiores cortes de vagas na comparação anual foram a indústria, com 149 mil postos fechados, e nos serviços prestados às empresas, com 148 mil vagas perdidas. Na passagem de agosto para setembro, o comércio fechou 74 mil vagas e os serviços prestados às empresas, 39 mil.

    A reboque do processo de demissões, a renda média do trabalhador também encolhe. O rendimento médio ficou em R$ 2.179,80 em setembro, abaixo dos R$ 2.278,58 verificados em igual período do ano anterior -uma queda de 4,3%. Na comparação mensal com agosto, a queda apurada foi de 0,8%.

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