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    Preço de site prejudica lojas da Via Varejo, diz ex-dono das Casas Bahia

    DE SÃO PAULO

    22/10/2015 19h01

    Zanone Fraissat/Folhapress
    Loja das Casas Bahia na Vila Curuçá, na Zona Leste de São Paulo
    Loja das Casas Bahia na Vila Curuçá, na Zona Leste de São Paulo

    A família Klein enviou uma carta ao conselho de administração da Via Varejo, dona das redes Casas Bahia, Ponto Frio e Bartira, pedindo que a companhia reveja a política de preços das vendas on-line por prejudicar os negócios das lojas físicas da empresa.

    A Via Varejo encerrou o terceiro trimestre deste ano com queda de 24,6% nas vendas em lojas abertas há mais de um ano, na comparação com igual período de 2014. No ano, já foram fechadas 42 lojas consideradas deficitárias.

    O documento encaminhado na terça-feira (20) ao presidente do conselho da Via Varejo, Ronaldo Iabrudi, cita o descumprimento de um acordo comercial feito entre a Via Varejo e a Cnova —empresa do grupo Casino (controlador do GPA) que é responsável pelas operações eletrônicas dos sites extra.com, pontofrio.com, casasbahia.com e Cdiscount.com.

    Em maio do ano passado, a Cnova e a Via Varejo fizeram um acordo operacional para regular termos e condições de relacionamento entre as empresas, estratégias das atividades de comércio eletrônico e lojas físicas, além da busca de sinergias —como otimizar, por exemplo, o uso de centros de distribuição, gastos com logística etc.

    Eduardo Knapp/Folhapress
    O empresário Michael Klein, 63
    O empresário Michael Klein, 63

    O problema é que, do lado dos Kleins, o entendimento é que a Via Varejo usou e usa seu poder de compra para negociar bons preços para lojas físicas e para o comércio eletrônico. Mas, na hora de vender aos consumidores, o e-commerce vende por menos —o que faz com que as lojas físicas percam vendas.

    O extra.com foi mencionado na carta como um dos sites que vende por preços menores -inclusive abaixo dos valores oferecidos pelos sites das Casas Bahia e do Ponto Frio.

    A assessoria de Michael Klein e da família Klein confirma a entrega da carta, mas prefere não se pronunciar sobre o tema que foi incluído na pauta da próxima reunião do conselho de administração da Via Varejo, prevista para a semana que vem.

    Os Klein são donos de 27,3% do total das ações da Via Varejo. Outros 43,3% estão com o GPA e 29,3% pertencem a acionistas minoritários.

    Em comunicado enviado ao mercado, assinado por Marcelo Rizzi de Oliveira, diretor de relações com investidores da Via Varejo, diz que "a administração da companhia considera que o acordo vem cumprindo adequadamente o seu papel e que ele contém os mecanismos necessários ao seu próprio acompanhamento e à realização de quaisquer ajustes necessários".

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