Os líderes do Partido Comunista Chinês iniciaram nesta segunda-feira (26) uma reunião em Pequim para definir as diretrizes econômicas dos próximos cinco anos e dar respostas às preocupações sociais provocadas pela desaceleração do crescimento e pela poluição ambiental.

A plenária do Comitê Central do Partido Comunista, que governa a China desde 1949, deve prosseguir até quinta-feira (29), com a participação de 375 membros, informou a agência chinesa oficial Xinhua.

O 13° plano quinquenal valerá para o período de 2016 a 2020 e deve traçar os rumos para a organização da segunda maior economia mundial. No terceiro trimestre desse ano, a China registrou seu menor crescimento, de 6,9%, para um trimestre desde 2009.

EXPECTATIVAS

A China mantém seu desenvolvimento econômico centralizado nas mãos do Estado, que determina as prioridades de investimento. No passado, o país concentrou sua atenção em setores como o de siderurgia e infraestrutura.

Esse ano, a agitação global com as possíveis consequências da desaceleração chinesa foi exacerbada pela volatilidade do mercado de capitais.

Todos os olhares estão voltados para as reformas que devem alterar o foco da economia chinesa, dos investimentos direcionados para o consumo interno.

QUANTO ESPERAR?

Se o Partido Comunista for aprovar uma ação mais drástica em relação à economia, é provável que seja nesta semana. A imprensa oficial deixou claro que a questão chave para o Partido é como manter o nível de crescimento da economia.

Porta-voz do partido, o jornal "People's Daily" escreveu ontem que o principal objetivo para os próximos cinco anos era evitar a chamada "armadilha da renda média", que impede uma economia de baixa renda de dar o salto para se tornar um país de renda alta.

Outra área que deve receber atenção é o meio ambiente. O People's Daily listou as dez prioridades para o plano quinquenal. Entre elas estavam itens antigos, como "manter o crescimento econômico" e "acelerar a agricultura moderna". A novidade na lista foi a prioridade nº 8, que considerava "promover uma civilização ecológica".

Mesmo as perspectivas mais otimistas para a economia chinesa consideram a necessidade de se fazer profundas reformas, como em estatais. Mas, ainda que reuniões anteriores tenham revelado novas direções políticas, o conteúdo delas às vezes só fica claro muito tempo depois.

O significado das reformas de mercado anunciadas em 1978, por exemplo, não foram percebidas no momento. É igualmente possível que uma reforma anunciada essa semana acabe se tornando insignificante ou ainda pior.